Drácula: O mestre dos vampiros - O legado de Lilith

CAPÍTULO 03

Na mansão de Urik, a pura tentava, de todas as formas se rebelar. Certamente teria chamado a atenção dos vizinhos se não estivesse num cômodo a prova de som.

Dr.º Oliver cuidava dela e se viu obrigado a aplicar-lhe um sedativo. Depois foi ter com os outros e explicou:

— Ela está em choque, tive de sedá-la! Não parava de perguntar sobre a garota. Eu não tive coragem de dizer a ela que não a resgatamos.

— Quanto tempo ela dormirá? – Laika quis saber.

— Algumas horas!

— Muito bem! Quero que alguém a vigie e me avise quando ela acordar. – Deu ordem.

— Sim, senhora!

Kate ofereceu-se para ficar com a jovem. À sua cabeceira tentava imaginar os maus momentos que ela passara nas garras do soberano.

Nisso, Joseline entrou para vê-las.

— Nossa! Dracon caprichou no visual da moça! Eu só poderia comprar uma camisola dessas com cinco anos de muito trabalho ou mais. – brincou.

— Eu não consigo parar de pensar no sufoco que ela passou nas mãos daquele canalha.

— Pelo visto, você tomou as dores dela, Kate!

— Sim, eu o mataria se tivesse oportunidade! Não suporto homens que se aproveitam de mulheres e pior ainda sendo um vampiro. É muita covardia!

Horas depois, Aurora acordou de seu longo e conturbado sono, pois teve muitos pesadelos.

Conforme pedira, Laika fora chamada e veio ter com ela.

— A senhorita está bem? – perguntou cordialmente.

— Quem são vocês? – Interrogou amedrontada, imaginando estar lidando com mais monstros.

— A senhorita está entre amigos! – Garantiu — Sente-se bem?

— Mentiria se dissesse que sim! – foi sincera ao dizer, — Mas, estou certa que sobreviverei. – desabafou, meio que constrangida.

— Aurora, certo? – questionou, mesmo sabendo a resposta — Eu sou Laika! – Apresentou-se e aos outros, também.

A caçadora tentava ser o mais gentil possível; queria fazê-la se sentir segura e ganhar sua confiança.

Não funcionou. Não pôde deixar de notar que a mulher diante de si, permanecia na retaguarda.

— E Alex, onde está? – inquiriu-os — Preciso acordá-la!

Urik olhou para a caçadora, como se pedisse consentimento para falar e respondeu:

— Sinto muito! Não conseguimos resgatá-la.

— Diga que não é verdade, por favor! – pediu com voz embargada.

— É a verdade! – fez ele, — Lamentamos!

— É claro que lamentam! – desdenhou.

— Por que você precisa acordar a garota? – perguntou Laika, curiosa, ignorando suas palavras de desdém. Sabia que ela estava brava. Qualquer um em seu lugar, também estaria.

Aurora ficou calada, não queria conversa. Passou a ignorar a presença de todos. Apenas encolheu-se na cama e virou o rosto para o lado.

Laika olhou para os companheiros e fez sinal para que todos se retirassem.

— Por favor, fale comigo! – pediu quando ficaram a sós.

— Talvez me chame de louca, talvez eu tenha enlouquecido mesmo... – balbuciou sem mudar de posição ou olhar para a anfitriã — Eu a coloquei para dormir! Pedi que ela dormisse, ela dormiu...