CAPÍTTULO 02

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Ano 2.010 d.C

Depois de tantos anos, finalmente a formula contra o vampirismo fora terminada, tendo como princípio ativo a prata e uma forma alterada do sangue de vampiro. A cura tornou-se, também, uma arma contra os já transformados, ao passo que curava os em transformação. Armas foram readaptadas para ministrar o remédio com maior eficácia.

Havia algo nas criaturas que os tornavam previsíveis. Gostavam de viver ao extremo do perigo como forma de atingir o ápice de adrenalina. Driblar caçadores era um divertimento perigoso, por isso não era raro que lutas de vida e morte ocorressem em boates ou clubes secretos, um campo de batalha, geralmente, sangrento.

Naquela noite, um grupo de vampiros, saídos de uma dessas boates, tocava o terror por ruas e becos escuros. Num desses, viram uma jovem mulher descer sozinha e desavisada na direção do Central Park. Seguiram-na, discretamente, enquanto tiravam na sorte quem ia cravar os dentes nela primeiro. Ao perceber a estranha movimentação, a jovem tentou despistá-los, numa vã tentativa de se proteger, pois a acharam pelo cheiro, escondida atrás de uma lixeira.

— Não tenha medo! – adiantou-se Lucky, — não a machucaremos muito! – completou sarcástico.

— Pegue! – ela disse, entregando-lhe a bolsa — Meu dinheiro está todo aí! Podem levar, mas não me machuquem, por favor! – implorou, encarando-os.

Diante de seu olhar, eles recuaram automáticos como se tivessem levado um choque e ficaram como que paralisadas observando-a e contidos da vontade de beber seu sangue; ela, percebendo a hesitação dos três, fugiu amedrontada, deixando a bolsa no local.

Depois do estranho ocorrido, Lucky não teve dúvidas, solicitou uma audiência com o mestre e foi entregar-lhe em mãos o pequeno acessório esquecido pela moça.

Ao examiná-lo atentamente, Dracon voltou-se para ele com o documento dela na mão e com um sorriso maléfico, pronunciou:

— Aurora Jasmim é um nome digno de uma pura, não achas?

— Sim mestre! – concordou.

— Muito bem minha criança, o que deseja como recompensa pela preciosa informação que me trouxestes? – quis saber.

— Já que o senhor perguntou, gostaríamos de poder caçar mais, pois desde que nos limitou a um humano por dia, temos passado muito sede. – pediu.

— Com a caçadora à solta, a proibição é necessária, – justificou — mas mantenho minha palavra, façam como desejarem, só não esqueça que a regalia é apenas para os três, ninguém mais. – advertiu-os.

— Assim será meu senhor!

***

Aurora era psicóloga numa escola fora da zona nobre de Nova Iorque. Tinha 25 anos de idade e levava uma vida tranquila; morava sozinha num pequeno apartamento que comprara a custo de seu próprio esforço e também com ajuda de uma pequena herança que os pais lhe deixaram. Depois que conquistou sua total independência financeira, deixou os tios, com quem vivera maior parte de sua infância, para ir morar ali.

Para o rei dos vampiros, tudo ficara mais fácil; sabia onde a pura morava e trabalhava e agora era questão de tempo trazê-la para o seu lado.

Já Lucky e seus companheiros, passaram a viver a vida regalada, depois do consentimento do mestre e as muitas caçadas que andavam fazendo, despertou a atenção dos caçadores, que em uma dessas os interceptaram.

— Seu mestre sabe o que vocês andam aprontando? – interrogou-lhes Urik.

— Ele nos permitiu. – respondeu um deles.

Drácula: O mestre dos vampiros - O legado de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora