Devasta-me

Capitulo 4

         James me puxou com tanta força, que nem tive tempo de questionar. Apenas tentava desviar dos destroços espalhados pela sala, dos blocos de concreto, que antes formavam paredes pálidas e expeças e que agora eram apenas estilhaços, deixei James me guiar, entramos em um corredor, havia somente uma porta, e seguimos em direção a ela.

— Onde estamos indo? Para onde você está me levando? — pergundo sentindo sua mão apertar em meu braço mais a cada passo.

— Você não consegue ficar apenas um pouco de boca fechada e deixar eu salvar a sua vida — disse James enquanto atravessávamos a porta.

Demos de cara com um beco estreito, olhamos para os dois lados para checar que não havia ninguém ali, James soltou meu braço e começou a correr.

— Me siga! — disse ele, seus passos eram agueis e silenciosos — mais rápido, garota.

Fiz o máximo que pude para acelerar e chegar ao encalço de James, ele era extremamente rápido, é claro, foi treinado para ser um soldado e ser forte. Minhas pernas já estavam pedindo socorro quando finalmente James parou diante de um carro, completamente preto, e apontou para o banco do passageiro e disse:

— Entre.

Outro comando.

Outro que obedeci, pois não estava entendendo nada do que estava acontecendo, e pelo jeito que saímos depressa daquela sala destruída, era algo muito ruim e eu estava extremamente ferrada. James ligou o carro e deu a partida.

— Agora você pode, por favor, responder a minha pergunta porra — digo entre dentes encarando James, enquanto ele manobra o carro pelas ruas.

Percebi seu peito inflar com o suspiro longo que deu, James apertou mais o volante e engoliu em seco.

— Salvando a sua vida, como eu disse — ele falou, apenas.

— Você já me falou isso, eu quero saber o por que e onde estamos indo — digo, e logo sou jogada para o lado, quando James vira a esquina rápido demais — porque parece que você está querendo nos matar dirigindo desse jeito

James dá uma olhada em minha direção, percebo sua expressão calculista, examino seu maxilar cerrado, e deus, ele é lindo, e antes que eu possa vagar mais pela sua beleza, sua voz me traz a realidade, a qual estamos aparentemente em fuga.

— Desculpe se fui grosso, precisava te tirar de lá — disse — você sabe que explodiu uma sala revestida de concreto, não é? — ele continuiu e eu assenti — ora, e isso já não é o bastante?

— Não — digo atônita — é claro que não, você é um soldado e está me levando para sei lá onde, aparentemente fiz um grande estrago lá atrás — consegui ouvi-lo murmurar — então não, de jeito nenhum é o bastante.

— Ok... — fala James e suas mãos apertam ainda mais o volante — o teste não funcionou em você, ou funcionou bem demais, não sei dizer ao certo se explodir uma sala é um resultado benéfico ou não — ele vira em outra esquina — mas, há algo em você, uma força muito, muito grande, Emma, com certeza você é uma elementar, porque conseguiu invocar os quatro elementos e aposto que não foi nem um terço do que pode fazer.

Fico em silêncio, minha garganta fecha, porque sinto dificuldade em respirar, também sinto faíscas de energia fluírem pelo meu corpo, estou em choque demais para falar.

— Se tivéssemos ficado lá, nem que se fosse por mais um minuto, você agora estaria algemada, sendo transportada para Sam cuidar de você e provavelmente estaria morta em menos de uma semana — disse James desacelerando o carro e entrando em um beco escuro — então, estou a levando para um lugar seguro, porque provavelmente nesse momento você já está sendo caçada e seu rosto sendo transmitido para toda população.

James desce do carro, eu faço o mesmo e o sigo, ele da mais alguns passos em direção a escuridão do beco e se volta para uma porta, seus dedos vão em direção a fechadura, mas antes de abri-la minhas mãos agarram seu braço forte demais e sinto um ruído saindo de sua boca. Aperto ainda mais, e posso ver em seus olhos que está doendo, sei que estou apertando forte demais e sei também, que estou usando uma força sobre-humana.

— Quem é Sam? — pergunto.

James solta uma risadinha abafada e olha dentro dos meus olhos.

— Sam é o governante do Setor Fogo — disse ele, e chegou tão perto de mim, que por alguns centímetros nossos lábios não estavam se tocando — e não queira conhecê-lo.