[18]. sad

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Seo Changbin

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"Oi, é o Felix. Você ligou mas eu não posso atender agora, deixa um recado e eu vejo assim que puder."

Encerrei mais uma tentativa, Felix não estava me atendendo.

Poucas horas antes da surpresa de aniversário que ele mesmo organizou para a namorada, resolveu ignorar todas as minhas chamadas.
Até mesmo ela não estava atendendo, mas isso era costume nos finais de semana, não estranhei nada.
Joguei o celular na cama e olhei ao redor.
Procurei um casaco pra não congelar na garoa que caía do lado de fora e meus olhos pararam na peça bege que tanto cuidei por ter sido presente dele.
Era meu casaco favorito, dado pela minha pessoa favorita.
Seria bom estar usando-o naquele dia.
Vesti-me e dei uma última olhada no espelho antes de sair do quarto.

ㅡ Mãe, pode me levar até a casa de um amigo? ㅡ Ao descer o último degrau, os olhos da mulher foram até mim e em seguida ela fez careta.

ㅡ O carro está na oficina, algum problema nos freios. Quer que eu peça um táxi?

Neguei rapidamente.

ㅡ Tudo bem. Eu vou andando.

ㅡ Mas está chovendo, deixa pra depois, filho. ㅡ Para enfatizar a própria fala ela alisou os braços como se tremesse de frio. Eu ri e coloquei minha touca.

ㅡ É algo importante. ㅡ Lembrei da bicicleta de Tom e meu rosto se iluminou, atravessei a sala e abri a porta. Um vento frio e molhado me atingiu como um aviso mas saí mesmo assim. Precisava ver Felix, saber que ele sentia alguma coisa por mim estava me deixando extremamente ansioso. ㅡ Vou de bicicleta, volto pro almoço.

ㅡ Certo. Tome cuidado.

As ruas vazias me fizeram questionar minha sanidade.
Quem em plena consciência sairia de casa naquele frio, de bicicleta, com um casaco inapropriado e com uma pedra que prometia dar sorte no bolso?
Tenho certeza que era o único com atitudes tão idiotas.
Mas eu amava Felix como um idiota e faria coisas idiotas por conta disso.

Acabei sorrindo por lembrar da sua confissão na enfermaria. O sorriso virou risada e logo eu estava pedalando velozmente enquanto ria e comemorava sozinho.
Meu corpo encharcando conforme as gotas de chuva ficavam mais fortes, mas por dentro, meu coração esquentava tudo.
Aquele era o dia mais feliz da minha vida.

Foram longos minutos de ansiedade e muita água até eu estar em frente a casa dos Lee.
Deixei a bicicleta recostada na calçada e me aproximei da porta timidamente.
Deveria ter pensando melhor se seria uma boa ideia ser visto totalmente molhado por ele ou pior, pela família dele. Hesitei com a mão próxima à campainha.
Respirei fundo, apertei e esperei.

Minutos depois a mulher que eu já conhecia abriu a porta.
Era quase do meu tamanho e estava usando óculos redondos e um cardigan vermelho bastante natalino.
Curvei-me imediatamente e sorri ao voltar a me endireitar.
Ela olhou meu rosto com atenção e finalmente o reconheceu.

ㅡ Meu Deus,você veio nessa tempestade, meu filho? ㅡ Cedeu passagem mas eu hesitei, iria molhar a entrada se entrasse. ㅡ Entre, está congelando. Rápido.

Relutantemente entrei e tirei os sapatos, enquanto isso ela saiu e voltou trazendo pantufas.

ㅡ Tire o casaco, vai pegar resfriado. ㅡ Ofereceu ajuda, agradeci. ㅡ Se veio ver Felix e Rosé vai ter que esperar, eles estão na casa da tia Lucy.

ㅡ Oh... Acho melhor eu voltar outra hora então. ㅡ Tentei pegar o casaco que ela já havia pendurado mas fui impedido.

ㅡ Não vai sair nessa chuva. Não vão demorar, Felix dormiu lá e Rosé foi buscar hoje cedo, devem estar no caminho. Você, fica e espera.

i wish i were heather.Onde histórias criam vida. Descubra agora