Capítulo 6 - A Pequena Sereia II

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Narrado por Luuv Kjaerlighet Ѽ A Pequena Sereia II

— O paciente das 10:00 não compareceu. Peço para o próximo entrar?

Aline estava segurando a porta branca enquanto me encarava. Eu estava folheando um livro de história da arte, vendo algumas das pinturas mais conhecidas do mundo e sua história. Bocejei e peguei o celular.

— Aline, eu te bipo assim que estiver pronto, deixe-me ligar para casa, certo?

— Sim senhor.

Eu detestava que ela me chamasse de senhor, mas, ela sempre fazia isso.

A sala em que eu trabalhava era espaçosa. Possuía três estantes abarrotadas de livros infantis, clássicos e da própria psicologia e psiquiatria. Havia uma janela atrás de minha mesa que dava uma boa iluminação para a sala.

Havia também algumas poltronas em frente a uma televisão, videogame e um armário com diversas coisas dentro, telas para pintura, folhas de ofício, giz de cera, lápis de cor, etc.

— Itaah, tudo bem por aí?

— Tudo, por quê?

— Tive um pressentimento ruim. Benjamin está na aula?

— Está aqui ao meu lado, junto com o Lucas. Angelo está em casa.

— Liga pra casa e me envia um SMS dizendo se está tudo bem. Vou atender só mais um paciente e vou para casa fazer o almoço e depois volto para o consultório. Você precisa de algo?

— Um macho, um puxão de cabelo, um sexo selvagem — ele disse do outro lado da linha.

Ri um bocado e procurei a ficha do paciente. Não havia nada. Qual era o paciente das onze horas? A senhora Neuza? O Olavo?

— Te amo e em caso de emergência use camisinha.

— E eu te Luuuuuuv — ele respondeu rindo, escutei os beijos dos outros garotos.

Desliguei e bipei Aline:

— Não estou conseguindo encontrar a ficha do paciente, você poderia trazer?

— Sim senhor.

— Nada de senhor. Traga a ficha e peça que ele entre assim que você sair.

— Certo.

Aline chegou um minuto e meio depois, peguei a ficha e me levantei, peguei o jaleco pendurado na cadeira enquanto ouvia a porta se abrir.

— Pode se sentar, por favor... Thiago — disse conferindo o nome na ficha, um pouco curioso, já que aquele nome não me era estranho.

Terminei de vestir o jaleco olhando para a janela e quando me virei, levei um grande susto.

Thiago arqueou a sobrancelha como se quisesse me perguntar alguma coisa, mas, só deixou a boca entreaberta e o som pendendo nela. Eu arrumei bem o jaleco e peguei a ficha. Bipei Aline:

— Essa é a ficha certa?

— Sim senhor.

— Nada de se... Obrigado, Aline — dei um tapa em minha testa e peguei a ficha. Puxei a minha cadeira e coloquei-a em frente a que Thiago se sentava.

— Olá Thiago.

— Ei, Isloan. Ou prefere que eu o chame de Sasha?

O encarei e puxei uma prancheta. Anotei uma coisa e o olhei em tom avaliador.

— Chame como você quiser.

Estava escrito claramente em meu jaleco “Sasha Kjaerlighet”. E também em um vidro em cima da mesa, que havia ganhado de presente da minha madrinha, na ocasião de minha formatura.

Encantados (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora