O quadro era atemorizador de tão realista, cada detalhe minuciosamente colocado, as pinceladas inexistentes, era como olhar por uma janela, Millie podia jurar que se tocasse na figura representada poderia sentir sua pele sobre as pontas dos dedo.
O quadro representava uma bela moça de pele cor de azeviche com apenas os olhos cinzas perolados aparentes, já que a face estava escondida sob um véu negro que misturava-se ao fundo escuro, como se estivesse em um quarto com a luz apagada. Millie sentiu calafrios ao imaginar o que teria sob as sombras, ainda mais ao olhar para os olhos misteriosos e ameaçadores da imagem, seus pés se apressaram em direção às cozinha, se arrependendo de ter levantado para tomar água.
Quando voltou da cozinha, Millie descobriu o que significava realmente a palavra "medo" no momento exato em que sentiu a falta da moça no quadro, seu corpo sofreu vertigens, e sua respiração ficou cada vez mais acelerada e seus batimentos cardíacos batiam a mil por hora, quando escutou um ranger de portas acompanhado de passos no corredor sobre seu teto. "E AGORA, O QUE EU FAÇO?", pensou, enquanto corria em direção oposta ao ranger da porta, descendo voando as escadas de mogno que davam em direção ao salão. Teve um breve momento de furia ao perceber que a porta estava, obviamente, trancada, que logo fora substituído por um desespero aterrorizador. Encostou sua cabeça sobre a porta, tentando raciocinar, sobre o que faria para escapar, para salvar sua vida.
Como uma morte súbita, a casa sofreu de um apagão e agora parecia uma cópia exata do fundo do quadro da moça negra. Ficou paralisada por um momento, sem saber o que fazer, mas como uma chama de esperança, ela se lembrara de cómo fazia para sair da mansão as vezes quando era criança e vinha visitar seu tio nas férias. Ela conhecia uma passagem que dava para fora da casa, e foi em direção a mesma no exato momento em que sentiu um vulto passar sobre o patamar do primeiro andar, levou as mãos a boca para evitar un grito de medo. Lágrimas escorriam por sua face rosada enquanto corria em direção ao esconderijo, tentando ficar o mais longe possível daquele vulto, enquanto pensava no seu tio, e agora percebi qual deveria ter sido a causa da sua morte. Chegou no quarto de travessuras, que é como gostava de chamar quando criança, e correu ainda mais rápido em direção ao túnel, que ficava no final do quarto, escondido sobre uma pelúcia gigante.
Enquanto engatinhava pelo túnel, escutava barulho de passos no corredor podia sentir a criatura seguindo, apesar de não ousar olhar para trás. Os poucos segundos que usara para atravessar o túnel pareceram durar horas e quando estava prestes a sair do mesmo, sentiu-se puxada por mãos frias e mórbidas de volta para a casa e para seu destino cruel e agonizante...
Cinco meses depois, após o incidente com a única herdeira do Sr. Hollinstong, todos os seus pertences foram leiloados, inclusive um impressionante e enigmático quadro que o Sr. Hollinstong tinha comprado uma semana antes de sua própria morte.
- Eric Eudes
&
- vikfrance_art545 palavras
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Fábrica de Textos: Lendas Urbanas
TerrorFÁBRICA DE TEXTOS: LENDAS URBANAS __________________________________________ Sinopse: Somos alguns amigos que se uniram e formaram a Fábrica de Textos: um grupo/roda para contar das mais diversas histórias aterrorizantes e horrendas. Cada capítulo d...