Um grande clarão vindo antes futuramente a obscuridade, apoderou -se de meus olhos. Pois agora sentia em minha alma o verdadeiro calafrio do desconhecido. Sentia em meu rosto a textura de um pano negro que impedia a visão. Não consegui enxergar nada, o mundo havia se tornado negro, escuro e sombrio.
A primeira coisa que fiz foi tentar mexer uma das minhas mãos, mas estas estavam atadas a uma espécie de cadeira. Percebi que estava sentado e por alguns minutos inúteis tentei me soltar. Podia sentir o cheiro úmido de madeira molhada no cômodo em que eu estava. Além de ouvir a alguns metros, uma goteira que a cada cinco segundos ecoava o som ao cair na água, um som rítmico que ficava na minha mente.
Não tendo sucesso em me soltar, com meus braços já queimando de tanto lixar nas cordas apelo para a fala, e num ato de desespero eu clamo ajuda.
- Socorro! Alguém me ajude! Tem alguém aí?
Porém minha resposta não foi o silêncio, e sim o mesmo som rítmico das gotas que alucinam a minha mente. Sinto uma mudança no ar do local, pois agora um cheiro metálico, misturado com uma essência de enxofre se aproximou de minhas narinas. Quase que me sufocando tento encontrar uma mescla para respirar. Logo após isso o silêncio é interrompido por uma voz calma...
- Você ficará bem... ele não irá voltar tão cedo...
Não havia sanidade para pensar no que responder, e logo com uma fala rápida meus lábios soam para a voz.
- Onde eu estou? Por favor! Me ajude!
O silêncio toma o local, as gotas param de cair dando uma sensação vazia... o ritmo continuou na minha mente. O cheiro de madeira queimada e enxofre se aproxima novamente das minhas narinas, e a mesma voz diz com um ar calmo porém mais ameaçador.
- Você está sozinho... - um dos meus ouvidos escuta Não há ninguém para te ajudar...
Aquelas palavras entraram em minha mente, e o pânico toma o controle de minha alma, uma imensa dor vinda de minha barriga, tento me soltar daquela cadeira. Ninguém irá te machucar... Meus movimentos ficam mais bruscos, e logo sinto a caree a pele de meus braços sendo rasgados pelas cordas que os prendem...
- Acha mesmo que irá sair? Não há ninguém para morrer por você!
O enxofre se dispersa, o que me dá um alívio momentâneo, o silêncio toma o local... E as gotas voltam a cair no mesmo ritmo. Aquele barulho testava a minha sanidade, logo começou a ficar mais alto como se estivesse dentro da minha mente, a cada gota que caía, um estrondo enorme cobria minha cabeça, pareciam tambores no mesmo ritmo das gotas que dão golpes em meus ouvidos comecei a gritar para que o barulho parasse, mas não escutava a minha voz. E então as falas agonizantes voltaram a me atormentar, em um momento de extrema agonia repentina interligada com o ódio pela situação, o barulho se cessa.
Não havia mais gotas e o silêncio me fez um descanso, logo podia ouvir passos pesados vindos de longe provavelmente de fora do cômodo, em seguida escuto os mecanismos de uma fechadura metálica funcionando e a maçaneta rústica se virando, junto a porta de madeira velha se abrindo.
Os passos se aproximam lentamente em minha direção, podia ouvir as pesadas botas fazendo barulho no piso de concreto, a cada passo pesado que eu escutasse, sentia um calafrio vindo de minha nuca. Mesmo com os olhos vendados, consigo enxergar pequenas faíscas de luz que atingiam o meu rosto, eram levemente quentes e abafava a região dos meus olhos.
Por alguns segundos senti um alívio, o pano negro começa a se mexer, e logo sinto o nó se desfazendo atrás da minha cabeça, com um movimento rápido, o pano é retirado de meus olhos e sou atingido por uma grande luminosidade que quase me cega, fecho os olhos para proteger a visão, e antes mesmo que eu pudesse enxergar algo, senti dor ao abrir minhas pálpebras, as luzes se encaixam, formando para mim a imagem de um homem branco, com vestes tão claras quanto a sua pele morta e enrugada, ele se aproxima de mim e com um leve sorriso nos lábios. Mais a frente de meus ouvidos, eu havia ficado sem qualquer reação, e então com uma voz rouca e velha ele diz lentamente...
- As gotas voltarão a cair...
Sinto uma dor vinda de meu abdômen, e logo as luzes claras se fecham transformando-se em feixes negros. Um imenso clarão me atinge, do que hoje é. A Obscuridade.
- Lucas
&
- vikfrance_art764 palavras
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Fábrica de Textos: Lendas Urbanas
TerrorFÁBRICA DE TEXTOS: LENDAS URBANAS __________________________________________ Sinopse: Somos alguns amigos que se uniram e formaram a Fábrica de Textos: um grupo/roda para contar das mais diversas histórias aterrorizantes e horrendas. Cada capítulo d...