FÁBRICA DE TEXTOS: LENDAS URBANAS
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Sinopse:
Somos alguns amigos que se uniram e formaram a Fábrica de Textos: um grupo/roda para contar das mais diversas histórias aterrorizantes e horrendas. Cada capítulo d...
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Rapidamente tento descobrir aonde estou. É um lugar estranho, parece um estacionamento. Vejo vários carros blindados com uma cruz por cima de casa um deles. Aproximo-me de um carro cinza, algo me atrai para olhar ali dentro. Logo me deparo com uma criança amuada, de cabelos castanhos, longos e cacheados. Tento ajudá-la, abro a porta e vejo que ela está imóvel, me aproximo, a toco e noto que ela não estava respirando, estava morta!
_ O que está acontecendo?
Fui procurar a saída, mas não a encontrava. Escuto um baque e sinto um reflexo atrás de mim. Quando olho para trás, vejo a porta de um outro carro, vermelho aberta em minha direção, parecia ser o único carro que não havia nenhum corpo dentro. Vou me aproximando só para ter certeza, logo sinto algo frígido em minhas costas, deslizando até meus ombros, me empurrando diretamente para dentro do carro, porém eu começo a me desesperar e não consigo pensar em mais nada. De repente o carro se liga sem eu ter dado partida e começa a me levar para outro lugar, fora daquele estacionamento, fico mais aliviada, pois aquele era um lugar muito estranho.
Não! Não podia ser! Mas estava me levando para o orfanato onde vivi quando criança, e lá estava, inteiro, da mesma forma que era quando sai. Não entendi o por quê me trouxera aqui.
A porta do carro se abre bem na frente do orfanato, eu saí e o carro foi-se embora sozinho, no meio da neblina. Ouço um som de uma música, parecia a que a tia Lady cantava para nós. Todos se divertiam com essa canção, parecia mágica e nos levava a sonhar, mas todas as noites, quando ela cantava essa música e nos fazia dormir, o dia amanhecia com uma criança a menos por aqui, simplesmente desaparecia, como mágica. Olhei de cima a baixo aquele lugar e vi as janelas todas empoeiradas.
Entrei na sala de recepção, e a música foi ficando mais alta, a cada passo que eu dava ali dentro. Subi as escadarias, pois estava mais forte lá do 2° andar. Entrei numa salinha de instrumentos, e quando o fiz, a música cessou instantâneamente.
_ Olá? Tia Lady? É você?
Escuto alguma coisa cair ao chão, viro-me para trás, assustada. Era um quadro das crianças que estavam mortas no estacionamento. Vi um vulto passando pelo corredor e parecia rir. Fui atrás e dizia:
_ Tia Lady? O que aconteceu com você?
Enxerguei dois olhos escurecidos no corredor e sai correndo atrás.
_ Venha até mim! Deixe-me tocar pra você...
_ Mas o que houve? Onde estão todos?
_ Onde todos deveriam estar...
Parei no meio do corredor e observei ela se aproximando de uma forma estranha, meio torta. De repente ela começou a se transformar em uma fera misturada com uma cobra gigante, possuía asas e chifres, fazia um barulho horrível! Com medo, corri para trás e vi ao lado da lareira uma pequena porta que tentei abrir. Enquanto ela vinha para cima de mim, eu entrei e tranquei a porta, ela batia com tanta força que me assustava, e eu nem sabia o que fazer. Notei que eu estava num porão e as paredes haviam fotos dos corpos de crianças, as mesmas que estavam no estacionamento, principalmente a garota que tentei ajudar dentro do carro.
O que isso significava? Será que foram todas mortas pela Sra. Lady?
Então a porta se quebrou e caiu ao chão, fazendo um barulho muito alto, comecei a descer as escadas do porão, onde era muito escuro e mal enxergava, só conseguia ouvir agora, aquela voz de monstro, dizendo:
_ Candace... Candace... Acorda! Tá na hora de ir pra escola!
