01

3K 170 68
                                    

Ela se sentou em uma mesa de canto no Cat Bird Seat, um novo restaurante sofisticado nos arredores do Beco Diagonal. Embora ela estivesse incomodando Harry e Ginny para irem desde que abriu, eles ainda não tinham tido tempo de experimentar. Ela se amaldiçoou baixinho por ter escolhido aquela ocasião ridícula para experimentar pela primeira vez.

Seus nervos estavam à flor da pele, o que era comprovado pela forma como suas mãos tremiam enquanto ela alisava a bainha da camisa, e ela tomou um gole do vinho para tentar acalmá-los. Essa era sua última chance. Sua última oportunidade. Ela havia vasculhado todos os livros, todos os tomos, todos os recursos possíveis que conseguiu encontrar. Ela viajou para quatro países diferentes, buscando uma segunda, terceira e quarta opinião; duas delas não tinham ideia do que fazer com sua situação, e as outras duas concordaram que esse plano positivamente asinino era sua única opção. Ele era sua única opção. Só de pensar nisso, ela já estava resmungando para si mesma, e ele ainda nem tinha chegado.

O quanto você quer isso?, ela se perguntou antes de bater as mãos embaixo dos braços, tentando parar o suor que se acumulava ali.

— Não precisa ficar nervosa, Granger. — Ela se virou bruscamente para encontrar Malfoy olhando para ela, aquele sorriso infernal estampado em seu rosto como sempre. Deuses, ele era irritante. Claro, ele escolheria aquele momento exato para aparecer. Ele provavelmente estava sentado em algum lugar observando-a, esperando que ela fizesse algo estúpido como abanar as bochechas suadas antes de ele se aproximar. Isso era definitivamente algo que ele faria.

— Malfoy! Hum... sente-se.

Desabotoando o paletó cinza-carvão, ele sentou-se em frente a ela e fez sinal para o garçom.

— Eu gostaria do que quer que ela esteja bebendo — disse ele quando o garçom chegou. O homem assentiu antes de sair da mesa, e Malfoy voltou sua atenção para Hermione. Seus olhos percorreram-na enquanto ele dizia: — Não que você não esteja sempre deslumbrante, mas presumi que quando você me convidou para sair aqui, estaríamos nos vestindo um pouco... menos como se tivéssemos acabado de chegar do trabalho.

— Isso não é um...

— Eu não me importo nem um pouco — ele disse, levantando a mão para interrompê-la. — Só me sinto um pouco exagerado. — Ele sorriu para ela e, por um segundo, pareceu quase genuíno. Então ela se lembrou com quem estava falando.

— Isso não é um encontro, Malfoy. Eu te disse isso explicitamente quando perguntei. — Hermione fechou os olhos brevemente, sentindo o início de uma dor de cabeça nas têmporas. Ela engoliu em seco antes de abri-los e o encontrou olhando para ela, a vela na mesa brilhando em seus olhos cinzentos.

— Achei que você estava apenas sendo tímida — disse ele, encolhendo os ombros.

— Não — ela respondeu secamente enquanto o garçom trazia o vinho. — Eu não estava. — Os dois pediram a comida, entregando o cardápio ao garçom, e ela continuou. — Eu disse que tinha algo para conversar com você, mas como não tem nada a ver com nenhum dos nossos departamentos, não achei que deveríamos discutir o assunto no trabalho.

— Nem toda conversa no trabalho precisa ser sobre trabalho, Granger. Certamente você não está acima das conversas no bebedouro — disse ele com aquele maldito sorriso de novo.

Ela cerrou os dentes e suspirou.

— Bem... é uma conversa de natureza delicada. — Ela pronunciou as palavras e olhou ao redor. Ela havia solicitado especificamente uma mesa longe dos olhos do público, tanto quanto possível, mas não pôde deixar de ficar um pouco nervosa. Ela não tinha falado sobre nada disso com ninguém, nem mesmo com Harry e Ron, e agora aqui estava ela, forçada a compartilhar isso com a única pessoa com quem ela preferia morrer do que compartilhar isso... O universo tem um verdadeiro sentido de humor de merda.

Curses, Banter, and Babies, Oh My! | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora