Perdão (Romance Gay)

Capítulo 5

POV  - Maury Martins

Eu havia contado que havia traído o Pedro para meu irmão mais novo, Emerson, há poucos meses atrás.  Ele não havia ficado nem um pouco feliz com o que eu estava fazendo com o Pedro, meu marido.

— Você deveria tomar vergonha na cara,  Maury! O Pedro te ama demais e você faz isso com ele? Espero que ele não te perdoe,  pois isso é imperdoável — ele me disse, dando um tapa na minha cara e indo para casa.

Na época,  eu estava saindo com o Theo e ele era bom na cama, curtia um sexo mais selvagem. O Pedro gostava de carinhos durante o sexo. Eu traí ele justamente por não saber lidar com ele não curtir um sexo mais selvagem como o Theo.

Depois que eu contei para o Pedro que havia o traído com meu secretário,  Theo, ele me deu um tapa na cara e saiu chorando do restaurante,  me deixando sozinho.

— Alô? Emerson? Podemos conversar? — liguei para meu irmão que decidiu ter uma conversa comigo. — Estarei te esperando na orla da praia.

Assim que desliguei, fui embora, paguei por um picolé que havia pego no freezer e fui para o encontro com meu irmão.

A orla da praia de Barra do Sahy é grande e possui alguns quiosques, como o Tô na Boa, o Kaniço, o Quiosque do Zizo e o Barra Sol. Fui caminhando pelo calçadão e parei em frente ao Kaniço, um dos melhores quiosques da região.

— Maury! — gritou um antigo colega de escola, Renan Casagrande,  ao me ver. Ele estava correndo no calçadão e parou para me  cumprimentar

— Fala, Renan! — cumprimentei ele de volta, que voltou a correr no calçadão.

Minutos depois, Emerson estaciona o carro dele em frente ao quiosque e vem ao meu encontro.

— Maury, eu vou conversar com você, mas já viu logo avisando que se o Pedro te pedir o divórcio,  não conte comigo porque não serei seu advogado dessa vez — ele disse, me deixando um pouco chateado.

— Emerson, eu quero lhe pedir pra não ficar contra mim sem antes me ouvir — pedi, olhando para ele.

— Seja mais específico,  Maury.

— Eu me arrependo muito de ter traído o Pedro. Sabe, ele é o homem que eu amo e sempre amarei.  O que aconteceu foi que o Theo começou a dar em cima de mim descaradamente na empresa e eu fui hipnotizado por aquele garoto. Quando eu quis terminar tudo, ele me ameaçou,  disse que faria da minha vida um inferno. Ele pode fazer o que quiser comigo, mas não vou deixar que ele machuque o Pedro — expliquei, olhando o relógio que havia ganhado do Pedro em meu aniversário.

— Você não acha que tá um pouco tarde pra se arrepender, Maury? — perguntou ele.

— Emerson, nunca é tarde pra se arrepender e voltar atrás — respondi, me lembrando de algo que meu pai me disse antes de morrer.

— O papai que dizia isso — ele disse, pensativo.

— Sim, ele sempre me dizia que se um dia eu me arrependesse de algo, que me lembrasse dessas palavras dele — respondi, sorrindo.

— Eu vou te ajudar a reconquistar o Pedro, Maury. Mas não vai ser nada fácil — ele me disse, entrando no carro e indo embora.

Eu iria reconquistar meu marido, nem que isso levasse mil anos para ele voltar pra mim, eu iria reconquistá-lo.