Capítulo 6

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POV - Pedro

Eu não conseguia acreditar que o Maury havia me traído. Tudo porque eu não curtia um sexo mais selvagem. Ele poderia ter conversado comigo primeiro antes de sair transando com o Théo. Por falar nele, eu o demiti da empresa. Não iria conseguir trabalhar com ele dentro da empresa, sem contar que ele transou com meu marido. Eu sou apaixonado pelo Maury. Somos casados há mais de cinco anos e estávamos planejando adotar uma criança. Agora eu nem sei mais se isso vai ser possível, já que estamos separados.

— Senhor Pedro, o Senhor Maury está aqui fora querendo falar com você. Deixo entrar? — pergunta minha secretária, Elizabeth, entrando em minha sala.

O que o Maury queria? Eu não estava pronto para vê-lo. Ele sabia disso e mesmo assim se atreveu a vir até a empresa.

— Pode deixar ele entrar, senhorita Elizabeth. E, por favor, me chame só de Pedro, está bem? O Senhor está no céu, eu me chamo Pedro e gostaria de ser chamado assim, de agora em diante, está bem? — expliquei, deixando Maury entrar na minha sala.

— Oi — disse ele.

— O que você quer, Maury? Eu estou ocupado. Tenho que adiantar umas coisas aqui e não posso atrasar mais nada — respondi, olhando para os olhos verdes dele.

— Pedro, eu vim lhe pedir perdão por ter traído você com aquele crápula do Theo. Ele só estava me usando, acredite em mim — ele tentou argumentar.

— Não vem com esse papo pra cima de mim, Maury. Você acha que eu nasci ontem?

— É sério, Pedro. Aquele rapaz está planejando algo contra nosso casamento e eu quero que tudo volte a ser como antes — ele estava desesperado, eu podia ver isso nos olhos dele. Por mais que eu estivesse magoado com ele, não queria ver ele sofrer. Ele é meu primeiro amor e primeiro amor é para sempre.

— Tudo bem  — puxei ele pelo braço e pedi que ele se sentasse. — Eu te amo, Maury e isso nunca vai deixar de ser verdade. Mas o que você fez comigo me destruiu por dentro como uma bola de demolição. Sabia que meu irmão, o Joaquim, não quer te ver nem pintado de ouro?

— Pedro, eu faço o que você quiser, mas me dá uma nova chance. Preciso de sua ajuda para acabar com o Théo. Aquele rapaz está mexendo com algo que ele não entende e eu estou muito arrependido de ter me envolvido com ele — ele se ajoelhou aos meus pés e eu fiquei excitado. Sério mesmo? Eu estava excitado em ver meu marido submisso aos meus pés?

— Maury, se levante. Não estou gostando de ver você implorar para pedir perdão — tentei disfarçar minha excitação, mas foi em vão, ele havia notado a minha ereção.

— Você está excitado em me ver submisso? — ele perguntou e eu não tinha escapatória.

— Sim, eu estou excitado, Maury. Não me julgue, por favor — me levantei e dei as costas para ele. Estava com vergonha por estar excitado em ver meu marido submisso. Eu não curtia essas coisas. Eu já havia lido Cinquenta Tons de Cinza, mas nunca imaginei ver meu marido na posição de submisso.

— Pedro, eu entendo que você não queira reatar nosso casamento, mas ... — o interrompi antes que ele terminasse.

— Maury, eu vou te dar uma segunda chance no nosso casamento, entendeu? — soltei e pude ver um sorriso se formar nos lábios dele.

— Eu te amo, Pedro. Te amo muito, sabia? Eu prometo que vou ser um bom marido dessa vez — ele admitiu que foi um péssimo marido e eu o puxei para um abraço.

— Eu sei que vai, porque se você não for um bom marido, nosso casamento acaba de vez — falei, saindo do abraço.

— Pedro, você tem uma reunião marcada pra segunda feira depois do almoço — ouvi minha secretária pelo interfone.

— Obrigado, Elizabeth. Mais alguma coisa?

— Nada. Só queria dar os parabéns pelo seu aniversário antecipado, pois irei viajar no fim de semana e estarei de volta na segunda pela manhã — respondeu ela, me desejando feliz aniversário.

— Obrigado, Elizabeth. Bom fim de semana para você — agradeço e desliguei o interfone, olhando para Maury. — Quer ir pra casa?

— Que tal irmos jantar fora? — ele disse e eu aceitei.

Quando saímos da minha sala de mãos dadas, todos nos olhavam com incredulidade, pois eu mesmo havia dito que nunca mais o Maury poderia entrar na empresa e ali estava ele, ao meu lado e segurando na minha mão. Eu não perdoei o meu esposo totalmente, estava apenas fazendo um teste para ver se realmente valia a pena dar uma segunda chance para o amor da minha vida.

Perdão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora