Capítulo 11

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Por Pedro

Algumas semanas depois que o Theo foi embora, meu irmão Joaquim e o irmão de Maury, Emerson, anunciaram o casamento deles para nós.

- Vou me casar, meu irmão - disse Joaquim, me mostrando as alianças. - Eu pedi a mão do Emerson em casamento e ele aceitou. Não aguentavamos esperar pela reconciliação de você com o Maury e resolvemos marcar o casamento para daqui a dois meses.

- Dois meses!? - perguntei, surpreso.

- Sim. Eu quero muito receber sua benção, meu irmão, já que nossos pais se foram - ele respondeu, esperando uma resposta minha.

- Eu quero te ver feliz, Joaquim. Se o irmão do meu esposo te faz feliz, quem sou eu pra negar essa felicidade a você? - respondi, achando um absurdo ele pedir a minha benção.

- Obrigado, Pedro. Eu fico muito feliz que você abençoa meu casamento com o Emerson. Muito obrigado - ele agradeceu e beijou meu rosto.

- Estou interrompendo algo? - ouvi a voz do Maury e Joaquim se afastou.

- Maury, eu e o Emerson queremos lhe dizer que estamos noivos - responde meu irmão, pegando na mão de Emerson e mostrando as alianças para Maury.

- Eu sabia que vocês dois estavam juntos, mas o Pedro não queria acreditar. Mas eu dou a maior força pro casal - responde Maury, se sentando ao meu lado na cama.

- Eu não queria acreditar que meu irmão mais velho estava namorando o irmão do meu esposo. Eu acreditava que erab uma espécie de incesto - falei, olhando para meu irmão.

- Mas agora tá tudo bem, não é, amor? - disse Maury, olhando pra mim.

- Sim, sim. Emerson, eu peço desculpas pelo constrangimento dessa conversa - pedi desculpas ao irmão do meu esposo que apenas me abraçou, sem dizer nada.

- Porque o Emerson não está falando nada, Joaquim? - pergunta Maury para meu irmão.

- Ele fez uma promessa que se eu o pedisse em casamento ele iria ficar sem falar durante dois meses - meu irmão responde e sorrimos para o irmão de Maury.

Depois de conversarmos bastante (Emerson só concordava conosco), eu e o Maury nos despedimos dos nossos irmãos e logo em seguida fomos ao Sabor & Art, para comemorarmos que nossos irmãos finalmente tinham se entregado a paixão que sentiam um pelo outro.

- Meu irmão sempre foi cabeça dura, Maury - falei, me referindo ao Joaquim.

- Sim, e me arrependo muito de não ter me declarado ao Emerson quando nos conhecemos - responde meu irmão, rindo para o noivo.

Ele estava feliz ao lado do Emerson e eu estava feliz com o Maury. Meu casamento com o Maury foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Na nossa lua de mel, viajamos para as Filipinas, onde conhecemos um casal que também estava em lua de mel, Fernando e Daniel. Ambos haviam acabado de chegar ao país e estavam fascinados com a beleza do lugar. Na viajem de volta ao Brasil, prometemos manter contato, mas infelizmente eu perdi o cartão com o telefone do Daniel. Depois de tudo o que aconteceu durante esse tempo, eu e o Maury conhecemos o Theo, que fingiu ser meu amigo para dar o golpe na empresa, seduzindo o Maury para conseguir o que queria. Felizmente o Maury foi homem para assumir a traição antes que fosse tarde demais. Agora, estávamos reunidos com nossos irmãos e fizemos um brinde ao amor e a felicidade.

Maury Martins

Meses depois do casamento do Emerson e do Joaquim, eu e o Pedro fomos viajar para Paris. Durante a viagem de avião, fizemos amizade com um casal que estava em lua de mel: Lucas e Carlos. Eles eram da Bahia, mas se casaram no Espírito Santo devido a questões orçamentárias.

— E então, vocês vão pra Paris também? — perguntou Lucas para mim e Pedro.

— Sim, renovamos nossos votos de casamento e resolvemos viajar para Paris, para uma segunda lua de mel — respondeu Pedro, pegando na minha mão.

— Eu acho tão bonito quem renova os votos de casamento.  Significa que ainda há amor entre o casal — disse Carlos, dando um sorriso para o esposo.

— A gente estava brigado por uns meses, mas já estamos bem — eu soltei, sem querer, deixando Pedro envergonhado.

— Sim, a gente brigou feio, mas o amor falou mais alto e resolvemos nos dar mais uma chance — disse Pedro, lançando um olhar mortal pra mim.

Depois  dessa conversa, Lucas e Carlos dormiram e Pedro me deu um sermão sobre não contar sobre o que aconteceu conosco para mais ninguém.

— Entendeu? Eu não quero mais ser humilhado, Maury. O que você fez me machucou muito.  Se você realmente quer que dê certo, esqueça o passado e pense no agora — explicou ele, olhando no fundo dos meus olhos.

— Está bem meu amor. Por você eu farei de tudo pra esquecer aquilo que nos separou — respondi, sorrindo para ele.

De volta ao hotel, coloquei nosso álbum pra tocar, o The Fame Monster.  Quando os acordes de Bad Romance começaram, me lembrei de como nosso namoro começou: bem ruim mesmo. Eu era garçom no Sabor & Art e fui atender a mesa em que Pedro estava com os amigos.  Me desequilibrei e derrubei refrigerante de uva nele, manchando sua camisa favorita. Ele ficou furioso comigo, mas compreendeu que eu não fizera de propósito. Depois, eu o acompanhei até a saída do restaurante e lhe pedi seu telefone e ele me deu, sem nenhum ressentimento.  O que nos leva para a próxima faixa do The Fame Monster, Alejandro. Marcamos nosso primeiro encontro no Sabor & Art, num dia em que estava de folga e eu joguei meu charme pra cima dele e funcionou. Demos o primeiro beijo ali, no estacionamento do restaurante. Em Monster me recordei da nossa primeira vez. Eu era bem safado na cama, enquanto ele era mais contido. Pulei Speechless porque me trazia lembranças tristes e eu estava feliz naquele momento. Em Dance In The Dark eu me recordei de com o foi difícil para o Pedro transar com as luzes acesas. Ele tinha certa vergonha sobre seu corpo, o que me deixou chateado a princípio, mas eu o ajudei a superar essa timidez e o transformei em um homem mais confiante com seu corpo.
Telephone, com Beyoncé foi uma maravilha, me lembrando do porque eu era apaixonado por ele: por sua sensualidade. So Happy I Could Die me lembrou de como bebemos muito no dia do nosso primeiro encontro.  E Teeth me lembrava dos nossos momentos na cama, quando o sexo era só o que importava para nós dois.

Depois de 20 anos casado com o Pedro, me senti jovem novamente. Ele me trazia uma paz que nenhum outro homem, nem mesmo o Theo, me trouxe. E durante essa viagem eu e o Pedro ficamos eternamente apaixonados.

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O próximo capítulo se passará 5 anos depois desse e servirá como epílogo da história.

Perdão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora