Capítulo 02

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— O que nós sabemos sobre Steve Rogers? — inqueri, interrompendo meu melhor amigo que falava animado sobre o larp que iria acontecer em breve

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— O que nós sabemos sobre Steve Rogers? — inqueri, interrompendo meu melhor amigo que falava animado sobre o larp que iria acontecer em breve.

Clint Barton franziu a testa após minha pergunta inesperada e seguindo meu olhar, viu-me encarando a mesa onde o time de basquete e alguns líderes de torcida almoçavam juntos. Como se tivesse um tipo de sentido extra, Wilson percebe que estamos observando e dá uma cotovelada no Rogers, apontando nem tão discretamente com a cabeça em nossa direção. 

Percebo um sorriso crescer no rosto de Steve quando nossos olhares se encontram, ele acena, meio sem jeito, e retribuo o gesto antes de desviar a atenção novamente para Clint, tentando ignorar minhas bochechas queimando por ter sido pega no flagra enquanto o observava. 

— Acho que perdi alguma coisa depois que nos separamos no corredor — ele diz conforme ainda olhava por sobre os ombros para observar a mesa do time  — O que foi isso? 

— Só responda a pergunta, por favor — reviro os olhos, evitando seu questionamento . 

— Tudo bem — Barton diz a contragosto, levemente irritado por não ter sua curiosidade sanada — Vamos ver, Steve Rogers — ele abre o caderno onde estávamos escrevendo sobre nossas ideias de personagens para o rpg e escreve o nome de Steve no topo de uma folha em branco, iniciando uma espécie de lista — Ele é um dos alas do time de basquete, popular, faz aula de artes e toca piano, mas você já sabe disso porque nós dois participamos dessas aulas também. Algumas pessoas dizem que ele é metido. 

Faço uma careta com essa última curiosidade. De jeito nenhum o garoto que observava nas nossas aulas conjuntas e que esbarrou em mim no corredor era metido. Talvez ele só fosse tímido demais e as pessoas confundissem isso. Por que estava defendendo-o? Antes que pudesse tentar me entender, Clint continuou falando. 

— Ah e é claro, ele gosta de você — Barton para de escrever e sorri para mim, erguendo uma das sobrancelhas, esperando minha reação que não tarda a vir.

— O que? Ele não gosta de mim — apesar que o pulinho de comemoração que Steve deu no corredor quando achou que eu não estivesse olhando, indicasse o contrário. 

— E você gosta dele também! — o sorriso do meu amigo aumentou — Bem que a Laura me disse que tinha percebido que você estava interessada em alguém. Agora posso contar para ela por quem é. 

— Odeio vocês dois.

Era uma mentira, lógico. Amava Clint e a namorada dele que infelizmente, ou não, estudava em outra escola. Pelo menos não precisava aguentar o casal perturbando meu juízo durante o dia inteiro. Em geral eu e ela nos uníamos contra Clint, mas era péssimo quando os dois juntavam-se para me irritar, o que convenhamos, nem precisava de muita coisa, já que eu nunca fui um verdadeiro modelo de paciência. 

— Agora, pode explicar o que aconteceu? — ele pede e era nesses momentos que odiava o fato de não sabermos guardar segredos um do outro. 

Começo a narrar por cima a conversa que tive com Steve no corredor, inclusive a forma como basicamente o jogaram em mim. Deixei de fora o esboço do desenho que vi, mesmo que  tenha sorrido ao lembrar dele.

Apesar de não estar pronto, foi fácil me reconhecer ali, em uma das aulas de música onde cantei enquanto ele tocava, divinamente bem por sinal. O fato de Steve ter conseguido fazer aquele desenho somente puxando da memória esta nossa pequena lembrança mostrava o quão talentoso era. Parando para analisar de fato, perguntei-me se existia algo que ele não soubesse fazer. 

— Falar com uma garota — resmunguei e por sorte Clint estava mais interessado em comer do que ouvir meus murmúrios. 

Estaria mentindo se dissesse que a ideia de sair com ele não me agradava. Apesar de nunca termos conversado direito, Steve era bonito e pelo pouco que já tinha visto educado, gentil, com certeza tímido. Era engraçada a forma como ele sempre ficava nervoso quando chegava perto de mim, antes achei que era por conta dos boatos absurdos que as pessoas espalhavam pelo simples fato de eu não ser a pessoa mais aberta do mundo com estranhos. 

Entretanto, depois do que aconteceu no corredor, acho que Clint tinha razão, talvez ele tivesse algum interesse em mim. Tentei não sorri quando esse pensamento veio em minha mente ou a criatura que eu chamava de melhor amigo jamais me deixaria em paz novamente. 

— Ei — a voz tremula veio pelas minhas costas e virei-me para encarar com surpresa o garoto que até pouco tempo atrás estava em meus pensamentos. 

Steve tinha uma folha em mãos, claramente nervoso e ficou mais ainda ao perceber que não só eu e Clint, como algumas pessoas próximas o observavam. A ponta de suas orelhas adquiriram uma tonalidade vermelha e podia perceber o desejo de simplesmente sumir, em suas íris azuis tao expressivas. 

— Sinto muito de novo, pelo que aconteceu no corredor, ter empurrado você e derrubado suas coisas. Sabe? Claro que sabe, aconteceu a uma hora atrás... — sorri conforme ele começava a falar cada vez mais rápido — Esse é o momento que você me faz parar. 

— Por que faria isso? Já disse que fica fofo quando está nervoso assim — aumentei meu sorriso e isso parece te-lo deixado incapacitado de pronunciar qualquer coisa por um tempo. 

Senti que Clint segurava a risada, ao mesmo tempo que seu olhar queimava em mim. A forma como flertava descaradamente com o garoto a minha frente, era a confirmação que ele precisava para sua teoria de que sim, eu também gostava de Steve Rogers. 

Conforme meus olhos verdes encaravam o azul dos seus, senti como se só existisse somente nós dois ali naquele refeitório e apesar de parecer ridículo, podia jurar que sentia as famosas borboletas no estomago que as pessoas afirmavam acontecer quando nos apaixonávamos. 

— Enfim, só queria te entregar isso, peguei por engano. Pertence a você — ele me estende a folha e antes que eu pudesse ver o que era se despede — A gente se vê por aí Romanoff. 

— Steve — chamo-o novamente, depois que o mesmo parecia pronto para sair — Só Natasha é o suficiente. 

— Certo — podia jurar que se estivesse sozinho ele daria outro pulo daqueles — Então, até mais Natasha. 

Observo-o saindo do refeitório, em determinado momento Steve volta a olhar em minha direção e podia ver a tensão sair um pouco de seus ombros ao me ver sorrindo para ele. Mantenho o olhar nele até vê-lo desaparecer pelas grandes portas do refeitório. Pego a folha e meu sorriso aumenta ao reconhecer o desenho que tinha devolvido para ele nessa manhã, mas a diferença é que estava finalizado, o que me faz perceber que provavelmente ele passou as últimas aulas trabalhando naquilo. 

Clint se inclina sobre a mesa para tentar ver o que eu havia ganhado e seus lábios se esticam em um sorriso zombeteiro quando consegue discernir o que tinha em minhas mãos. 

— Eu disse que ele gostava de você — foi o que ele falou antes de voltar a comer — Espere só até que eu possa contar para Laura sobre isso, ela vai enlouquecer, principalmente quando chegar na parte em que digo o tamanho do seu sorriso ao falar com Steve Rogers. 

— Cala a boca — estico-me o suficiente para dar um peteleco em sua testa, entretanto, cada vez que lembrava de Steve e seu desenho, involuntariamente, um sorriso gigantesco aparecia mesmo em meu rosto. 

Eu sou completamente rendida por Steve Rogers e Natasha Romanoff, a verdade é essa

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Eu sou completamente rendida por Steve Rogers e Natasha Romanoff, a verdade é essa.

Lover - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora