Capítulo 3

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No dia seguinte, eu obviamente contava os minutos para a hora do almoço e quando finalmente cheguei ao restaurante, estava em uma ansiedade imensurável. Eu não queria que Regina me visse esperando na porta do restaurante, por isso entrei e fiz meu prato antes dela chegar, enquanto tentava controlar as cambalhotas do meu estômago. Entretanto, sentei em uma mesa próxima ao corredor da entrada, para poder ver com clareza quando ela chegasse.

Eu estava comendo — ou tentando — quando Regina entrou e sorriu ao me ver, enquanto vinha em minha direção. Me senti em um filme, onde todo o barulho ao redor foi silenciado e só existia ela, que se aproximou quase em câmera lenta, ao mesmo tempo que deixava meu coração mais acelerado do que nunca. Observei atentamente seus passos elegantes, seu cabelo preto mexendo e seu sorriso sincero. 

Quando voltei pra realidade, ela estava bem na minha frente.

— Srta. Swan! Que bom que você está aqui! Não vá embora sem falar comigo, tenho uma coisa pra você!

— Tá bom, pode deixar! — Respondi timidamente e sorri.

Em seguida ela acompanhou seus amigos e eu tentei terminar de almoçar. Imaginei que Regina me acharia louca ou, no mínimo, infantil depois daquela cartinha. O que será que ela diria? Possivelmente ela até mudaria de restaurante para não correr o risco de me encontrar. No entanto ela estava ali e foi ao meu encontro, dizendo trazer algo pra mim, então não devia ser tão ruim como imaginei.

Aquelas informações eram mais do que suficientes para revirar meu estômago e minha mente, porém, por mais que eu pensasse, não tinha certeza de nada, não sabia o que esperar de verdade.

Terminei de comer o pouco que consegui, mas não sairia ainda daquela mesa. Não iria até ela, mas também não iria embora sem falar com Regina. Algum tempo depois, que me pareceu uma eternidade, seus amigos foram ao caixa e ela foi até minha mesa novamente.

— E então, como você está?

— Eu estou bem e você?

Dessa vez, eu me levantei e a cumprimentei com um beijo no rosto. Não deixaria minha timidez me atrapalhar de novo.

— Olha, infelizmente não tenho muito tempo, preciso voltar para o trabalho — ela se desculpou.

— Ah… tudo bem, também já preciso voltar.

Começamos a ir juntas em direção ao caixa.

— Você trabalha por aqui?

— Sim, em uma loja nessa mesma avenida.

— Ah, eu passo por aqui quase todos os dias.

— Sério? Que legal! — Tentei fingir surpresa; ainda era cedo para dizer que, todos os dias – religiosamente – a esperava passar e ficava frustrada nos dias em que não a via.

Pagamos pelo almoço e caminhamos lentamente até a saída. Eu não queria que aquele momento acabasse e tentei atrasá-lo o máximo que pude. Ao chegarmos do lado de fora, depois de trocar algumas poucas frases para nos conhecermos um pouco mais, ela me entregou um envelope junto de um pequeno saquinho de presente.

— Amanhã entrarei de férias, então queria te agradecer pelo que escreveu e te desejar um Feliz Natal! Ah! E isso é só uma lembrancinha, espero que você goste.

Aquele Olhar | SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora