No ano seguinte, eu não estava mais com Bella. Mesmo me esforçando, e até mesmo gostando dela, eu não me sentia bem me envolvendo com alguém que eu não amasse de verdade, não era justo comigo e muito menos com ela. O término foi difícil para ela, mas eu quase não me importei e sabia que isso era um péssimo sinal; eu estava ficando insensível? Será que essa história maluca tinha me destruído a esse ponto? Era melhor acreditar que estava tudo bem e eu só precisava de um tempo.
Sempre o tempo. Até quando? Tanta coisa já havia mudado, tanto tempo passado. Eu não era mais aquela adolescente imatura, que podia usar a idade para as irresponsabilidades. Eu era uma mulher adulta, responsável pelos meus atos, com muitas obrigações e com minha vida para seguir. Ainda assim, pensar em Regina me fazia sentir a mesma menina amedrontada de sempre. E eu não aguentava mais.
Então, em uma das já comuns ocasiões em que estava passando a semana com minha família, eu a vi no shopping. Senti sua presença logo que entrei e, mesmo demorando quase uma hora até finalmente avistá-la, eu caminhei entre as lojas tendo a certeza de que a veria, cedo ou tarde.
Para minha surpresa, Regina também estava sozinha dessa vez. Se o destino tinha adiado essa história até aquele momento, então eu precisava aproveitar a chance. Lembrei da minha promessa de nunca mais deixar minha timidez me tirar momentos preciosos, respirei fundo e fui até ela, disposta a tentar conversar. Mesmo que Regina me expulsasse ou me ignorasse, eu não poderia sair daquele shopping sem saber que ao menos tinha tentado resolver essa situação.
— Regina — chamei quando estava a menos de meio metro de distância. Ela se virou sem parecer surpresa e tentou ir embora de novo, mas eu estava decidida. Contornei as poucas pessoas em nosso caminho e gentilmente segurei seu braço.
— Srta. Swan, o que foi? — retrucou ela, voltando os olhos para mim.
— Vamos pelo menos conversar… já faz tanto tempo.
— Não! — Ela olhou seriamente para minha mão em seu braço, e eu instantaneamente a soltei sem graça
— Um café comigo vai ser tão ruim assim? Por favor, eu tenho tanta coisa pra te dizer. — Senti o desespero na minha voz, mas era tarde demais para tentar controlar. — Só um café, é tudo o que eu te peço — insisti.
Regina me observou por um segundo antes de assentir com relutância, o que me tirou um suspiro de alívio. Fomos até a praça de alimentação, onde nada dissemos enquanto pegávamos nosso café. Me ofereci para pagar o dela, mas ela brutamente recusou, e eu preferi não insistir. Quando sentamos em uma mesa meio afastada, ela me olhou em silêncio e esperou. Aquele olhar sempre me hipnotizava.
— Obrigada por aceitar meu convite — comecei, tentando colocar as ideias em ordem. Ela concordou com a cabeça e permaneceu esperando. — Você não pretende me dizer por que parou de falar comigo, não é?
— Eu preciso mesmo dizer alguma coisa? — A ironia exalava em sua voz enquanto ela franzia o cenho
— Não, acho que não — suspirei. — Regina, eu sinto muito pela forma como as coisas acabaram, eu não queria…
— Não queria o quê? — Ela me interrompeu em um tom mais alto. — Ter beijado minha filha? Tê-la levado para o mal caminho? Ter me enganado?
— Não é tão simples, Regina. Me deixa explicar, por favor? — Pedi com a voz baixa.
Ela cruzou os braços, me olhando com alguma irritação, mas pareceu me dar abertura para falar, então continuei:
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Aquele Olhar | Swanqueen
Storie breviEmma leva uma vida confortável trabalhando na loja da família e seguindo a mesma rotina todos os dias. Até que seu olhar cruza acidentalmente com o de alguém que marcará sua vida para sempre. É possível se apaixonar através de um único olhar? _____...