o oitavo vilarejo

o gorro parte 2

  -ela estava viajando a gente! Aquela velha está farejando a gente!-dizia ele, indignado.
-shh!-fez satir com dedo sobre os lábios, quando ouvir um passo na porta da entrada da casa.

Toc toc toc

Com o susto, os três levaram as mãos a boca, tentando conter um grito.
-ela sabe que estamos aqui!-sussurrou tibor, o mais baixo que pode.

Toc Toc Toc, bateu a velha novamente, desta vez mais pausadamente.
Tibor,satir e rurique ficaram imóveis, depois de algum tempo, sem ouvir nada além de suas respirações abafadas, acharam que a velha tinha ido embora. Mesmo assim eles esperaram um pouco mais. Depois foram até a janela e não viram ninguém do lado de fora.

Agora tinha outro problema: estava dentro de uma casa que diziam ser assombrada.

-Será que essa velha e a assombração de quem falam?-questionou tibor.
-não mesmo! O que dizem é que o fantasma que mora aqui é do fazendeiro Pereira-esclareceu rurique.-vamos voltar para o sítio, antes que de meia-noite.
-você é louco? Estamos mais seguros aqui dentro do que lá fora!-discordou satir.- acho que é melhor esperar amanhecer.
-de jeito nenhum! Essa casa é assombrada!-rebateu o Rurique.-não fico aqui nem mais um minuto. Eu não quero estar aqui quando a quaresma começar daqui a pouco.

-escutem aqui, vocês dois!-intrometeu-se tibor.-não vamos nem sair agora, nem ficar aqui até o amanhecer. É melhor a gente esperar um pouco mais aqui dentro, não sabemos se essa velha está esperando a gente aí fora.- completou impaciente -vocês são burros demais! Mais uma rixa entre vocês, por pura teimosia, vamos acabar todos mortos!

Rurique e satir engoliram orgulho e constataram que tibor, apesar de ser o mais novo dali, era o que estava com mais razão. Então resolveram esperar.

A casa parecia abandonada inclusive pela tal sombração. Nada se movia ali dentro e tudo parecia estar no mesmo lugar desde que eu tal fazendeiro sumiu, quase há 2 anos antes. Tudo tinha uma camada grossa de poeira e um cheiro de mofo que fazia o nariz coçar.

-se sobrar são devessem mesmo aí, ela teria atendido a porta não acha?-disse satir, arriscando uma piada mas ninguém riu.

Andaram pela sala olhando os móveis e as decorações. A casa do fazendeiro não era maior que seguir mas tinha uma certa pompa. Nas paredes, em vez de quadros havia enfeites feitos de bambu. E satir percebeu que não só os enfeites pendurados eram de bambu, como todo o resto: sofá, mesas e cadeiras.

-nossa!-comentou ela -tudo aqui parece ser feito de bambu.

Tibor reparou que na casa não havia nenhuma foto emoldurada, nem tv, nem geladeira,nem nada.
A casa era térrea e só tinha um quarto mas nenhuma cama.