Cap. 5 - Destino

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   Quando acordei, me arrumei e fui pra universidade resolver tudo para começar minha pós. Eu estava empolgada porque era na área que eu sempre quis, construções sustentáveis.
   Seul não tinha uber, então tive que me virar e pegar o transporte público.
   Assinei alguns papéis, conversei com o diretor e tudo resolvido, agora podia passear durante essas duas semanas livres até começarem as aulas.
   Resolvi começar pelo museu da Hybe, claro. Agendei e no outro dia fui conhecer. O prédio era enorme, mas o museu era no subsolo. Tudo era perfeito e a voz do Namjoon nos fones do museu me lembrou o cara do estádio. Tentei me concentrar para não perder nada do museu. Eu amo museus, especialmente se for um sobre meus ídolos.
   Quando saí, procurei uma cafeteria e tinha uma em frente à Hybe. Pedi meu café bem quentinho, como toda brasileira ama, e lembrei que não havia tirado fotos em frente ao prédio da Hybe. Quando estava tirando meu celular da bolsa, um homem trombou de frente comigo e o café caiu todo na minha mão.

   – Aaaaaaaai! Três dias de Coreia e uma queimadura. Merda! (Falei em português)

   O homem, de máscara e chapéu, parecia em choque e estava acompanhado de outro cara que me olhou sem entender o que eu dizia.

   – Desculpa! Eu sou desastrado. Estava distraído conversando com meu amigo. Você se machucou?

   – Não, tá tudo bem. Eu que sou desastrada. Estava mexendo na bolsa e não te vi. – foi só uma queimadura, devia achar uma pasta d’água em alguma farmácia.

   – Tem certeza? Você parece estar com dor. Isso era café quente, né?

   Ok. Minha cara não estava ajudando.

   – Sim, era.

   – Qual é o seu nome?

   – Marina.

   – Marina, desculpa! Pode ir ao hospital que é por minha conta. Toma, liga nesse número e fala que o Namjoon pediu pra você ligar. – disse me entregando um cartão.

   Eu congelei. Aqueles olhos. Como eu não reconheci antes? Talvez pela dor da queimadura. O Nam estava na minha frente e a dor na minha mão não me deixava achar que estava alucinando de novo. Reage, Marina! Acorda! Responde ele!

   – Tudo bem. Obrigada. – eu não tinha plano de saúde e estava sozinha, então aceitei a ajuda. Além de ser meu utt. Era um sonho tudo isso.

   Ele se desculpou mais uma vez e foi embora. Dessa vez eu que fiquei parada sem entender nada. O que estava acontecendo? Não tinha sido alucinação no estádio? Era a mesma voz. Eu estava em frente à Hybe. Era o Namjoon sim. Meu Deus.
   Peguei um táxi e pedi para ir ao hospital mais próximo. No caminho, liguei para o número no cartão. O homem que atendeu já estava a par da situação e disse que iriam cobrir todos os gastos. Ok, dessa vez eu tive MUITA sorte.
   O médico me atendeu e depois pediu para esperar. Eu não entendi muito bem o motivo de esperar se já estava medicada e com a mão enfaixada, mas vai que era alguma coisa de coreanos. Eu esperei.

POV Namjoon

   – Cansei. Vou fazer uma pausa e depois continuo escrevendo. Pdogg, vamos ali pegar aquele café de frente que eu adoro?

   – Sério? Tá cheio de armys no museu.

   – Pronto. – coloquei minha máscara e meu chapéu e saímos.

   Fomos andando meio rápido, abaixei a cabeça para não sermos reconhecidos e fui conversando com Pdogg sobre a música. De repente bati em alguma coisa. Era uma mulher. Ela gritou e pra minha surpresa era a mesma do estádio. A do sorriso lindo. Mas espera, isso na mão dela era café? Estava quente? Eu queimei ela?
   Ela falou alguma coisa em outro idioma e não entendi. Parecia espanhol. Eu tive que aprender um pouco pra cantar Chicken Noodle Soup.
   Pdogg me cutucou e eu lembrei de falar. Perguntei se estava tudo bem. Ela disse que sim, mas seu rosto demonstrava dor.  Insisti e ela disse que era café quente mesmo. “Pensa rápido, Namjoon. Duas vezes em três dias. Você não pode perder o contato dela de novo.”.

   – Qual é o seu nome?

   – Marina.

   – Marina, desculpa! Pode ir ao hospital que é por minha conta. Toma, liga nesse número e fala que o Namjoon pediu pra você ligar.

   Ela hesitou um tempo, mas aceitou. Perfeito. Me desculpei mais uma vez e segui para o café.

   – Pdogg, tenho que te contar uma coisa muito louca.

   Ele esperou.

   – Aquela mulher estava no estádio quando fui fechar os detalhes pra turnê. Quando me aproximei pra tentar falar com ela, nós trombamos, perguntei se estava tudo bem, mas ela não me respondeu e saiu correndo. Agora eu que trombei nela e a queimei. Acho que ela pode ser uma army visitando Seul, pois estava em frente à Hybe hoje.

   – Isso explica a reação dela quando você disse seu nome. Não podemos deixar a história vazar. Os haters iam amar saber que você machucou uma army, mesmo sem querer. Liga pro staff e avisa pra não deixarem ela sair do hospital. Você vai lá resolver esse problema.
  
   Problema? Ela não é um problema. Ela é linda... mas se ele insiste, eu vou com todo o prazer.
   Voltei para a empresa e Yoongi hyung estava me aguardando.

   – Foi plantar o café?

   – Eu tenho um problema e preciso da sua ajuda, hyung.

   – O que você aprontou agora, Namjoon?

   Contei o que havia acontecido.

   – Porra! Coitada da garota! Ainda querem segurar ela lá pra não vazar notícia. Vamos, eu te levo. Você não devia ter contado sobre anteontem. Às vezes você consegue ser um ameba, mesmo com esse QI. – falou e me deu um pedala na cabeça.

POV Mari

   A demora estava começando a ficar estranha. Quando fui chamar a enfermeira, a porta se abriu e entraram dois homens. Essa roupa, era o Namjoon, mas e o outro?
   Eles tiraram as máscaras e os chapéus e sorriram sem jeito. Isso estava cada vez mais surreal. O que o Yoongi estava fazendo ali? Eu achei que a empresa ia resolver tudo e nunca mais eu veria o Nam de perto. De repente aparece mais um dos meninos junto com ele. A Lili ia surtar se estivesse aqui.

   – Oi. – disseram.

   – É alguma pegadinha? – falei procurando as câmeras.

   – Pegadinha não, talvez o destino. – disse Namjoon.

Um Sonho AcordadaOnde histórias criam vida. Descubra agora