3. A Bruxa do 665

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O menininho se escondeu atrás de Danilo, chorando de medo

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O menininho se escondeu atrás de Danilo, chorando de medo.

— Ela quer me machucá! Ela quer me machucá!

O rapaz ergueu as mãos, como se dissesse "para trás".

A garota parou e olhou para Danilo, juntando as sobrancelhas. Parecia confusa.

— Morjou, quem que é esse?

O senhorzinho na escrivaninha — Morjou — soltou um suspiro, subindo os óculos escuros. Suas olheiras eram tão profundas que daria para alguém mergulhar dentro delas.

— Danilo Medeiros. Vinte anos. Pensa que catapora é doença crônica. É a próxima consulta da senhorita.

— É tu que é essa tal de srta. Turmalina? — o garoto quis saber, meio indignado.

Ela deu de ombros, claramente sem a menor paciência.

— Eu sou Tatiana Turmalina, a seu dispor. Esse menininho aí — Apontou com o dedo para o garoto escondido atrás de Danilo. — tá com algum espírito ruim no corpo, mas não me deixa ver porque ele é um PIVETE MALDITO. Quer me fazer o favor de entregar ele pra mim pra eu fazer o que tem que ser feito?

O menininho abraçou a cintura de Danilo em desespero. Devia ter no máximo uns nove anos.

— Por favô, moço. Num deixa ela me pegá! — implorou, choroso. — Por favô, por favô!

Danilo mordeu o lábio, mas se colocou à frente do garoto, a fim de protegê-lo da tal Turmalina.

— O que 'cê vai fazer com ele? Num tá vendo que ele tá com medo?

Uma bufada impaciente deixou as narinas dela.

Ain, ele tá com medo. Você que era pra estar cagando nas calças, garoto. Deixa eu arrancar o mal que tá dentro dessa criança, vai!

O rapaz olhou do menino para a garota de cabelo azul, balançando a cabeça.

— Fica longe — avisou, erguendo os punhos.

A garota ergueu a mão novamente e Danilo arregalou os olhos. Aquilo que ele tinha pensado ser uma orbe vermelha na verdade era um olho aberto encravado na palma da mão da tal bruxa, brilhando em vermelho sangue, como um botão eletrônico.

Se havia alguém com algum "espírito do mal", com certeza era ela.

— Que troço é esse? — ele quis saber, apontando o olho vermelho.

— Minha Janela Cósmica — a garota respondeu, dando de ombros. — Agora sai da frente pra eu expurgar o que tá dentro desse pivete.

Suor desceu gelado pelo pescoço de Danilo.

— Ele... Nós vai embora. Eu e ele, tá? Sem problemas, sem confusão! Vamo sair do seu caminho.

Turmalina achou graça.

A Bruxa Turmalina e a Agência de Expurgos DemoníacosOnde histórias criam vida. Descubra agora