13. Duas Criancinhas

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— Olha só aqui, seu escroto: uma nota dez! — o menino mostrou para o irmão, esfregando na cara mesmo

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— Olha só aqui, seu escroto: uma nota dez! — o menino mostrou para o irmão, esfregando na cara mesmo. — Eu disse que eu estudava!

Danilo observou Dantinho passar pelo portão do colégio, correndo até onde ele estava. O garotinho balançava uma folha de papel como uma bandeirinha, quase parecendo uma criança possuída. Quase.

Dan deu uma risada.

— É, menor, parabéns. — Olhou para o teste, de matemática, que tinha um "DEZ" escrito em caneta fosforescente bem grande na parte superior. — E num é que 'cê estuda mesmo, quem diria? Tá melhor que eu nas notas.

Dante mostrou os dentes.

— Num é como se fosse difícil, né?

— Olha só o tampinha, zoando com a minha cara. Parece que eu criei um monstro. Que foi que eu te disse sobre falar palavrão?

— Que era só pra falar quando a mãe não 'tivesse perto.

— Aprendeu certin'. Se ela ver como eu tô te estragando, me põe pra dormir do lado de fora.

Eles foram andando pelo bairro, aproveitando que não estava nem muito sol. Desta vez Dan recusou comprar sorvete, mas Dantinho não reclamou.

— Espera pra mexer no celular em casa, moleque — pediu para o mais novo, se fazendo de responsável.

— Tá com medo que tenha outro demo do TikTok, é?

— Não. É só que, se te roubarem, eu não vou te emprestar o meu celular não, tá?

Danilo havia convencido a mãe a comprar outro depois que Turmalina havia destruído o seu. Agora a devia um salário mínimo e meio.

O garotinho cruzou os braços, depois de guardar o aparelho.

— 'Cê tá muito chato, mermão. Papo reto.

— E tu tá muito resmungão. Parece até eu. Papo reto.

Dante o olhou, erguendo as sobrancelhas.

— Eu num sou feio que nem tu não!

O outro achou graça.

— Tô começando a duvidar se aquele demônio realmente saiu de você...

— Dan, a gente pode ir na casa do Heitor amanhã? — indagou o menor, mudando de assunto. — Ele disse que era mentira que 'cê que tinha matado os demônio lá naquele dia. A gente tem que mostrá pra ele, pô!

Danilo fez um sorriso amarelo.

— É, num sei, não. Tu tá ligado que eu num matei demônio nenhum, né?

Dante deu de ombros.

— Tá. Foi aquela garota lá. Tanto faz! 'Cê só tem que prová que é verdade!

O rapaz pôs as mãos nos bolsos.

— Mas a gente não tem muito como provar, tem? Se tivesse, eu já teria mostrado pra Duda...

A Bruxa Turmalina e a Agência de Expurgos DemoníacosOnde histórias criam vida. Descubra agora