Príncipe Cruel

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O Dia que o Rei de Elfhame foi as terras mortais, quase sozinho.

Cardan havia perdido Jude.
Simplesmente não fazia ideia de onde sua rainha havia ido parar e precisava falar com ela.

Tinha procurado por ela em todos os lugares do castelo, e a única coisa que souberam informar foi que talvez tivesse ido ver Taryn.

Quando Cardan chegou na antiga propriedade de Locke, apenas observo tudo a sua volta. Muito havia mudado ali: o teto estava mais bonito, assim como o chão que costumava sempre estar repleto de folhas. Todo o lugar parecia mais limpo e organizado, como se tudo o que a prioridade precisa-se fosse um toque de cuidado.

Assim que desceu de seu cavalo, um dos servisais o pegou e o guardou. Cardan andou e então bateu a porta, ouvindo os murmurios de frente cessarem. Eram risos, como em uma festa, mas pararam assim que a batida soou.

Alguns segundos depois, a porta meio aberta revelou Taryn, que ao ver Cardan teve o semblante de alegre para comum. Enquanto Cardan usava trages reais em tons vermelhos, ela usava um hobby azul.

- Ah. - Ela o olhou dos pés a cabeça. - O que deseja, vossa alteza real?

- Onde está sua irmã?

- Não está aqui. Deve ter ido ver Vivi, ou pode estar com Bomba ou com o besouro.

- Barata. - Corrigiu Cardan.

- Tanto faz. Preciso entrar, adeus.

Ela fechou a porta, os olhos de Cardan fitando a porta com incredulidade. Ele então a abriu sem permissão. Estava pronto para falar que Taryn era uma mal educada e que não a suportava, quando viu que no chão de sua sala, haviam algumas pessoas embreagadas e semi-nuas. Três mulheres e dois homens.

Os olhos de Cardan foram dos súditos até Taryn que o encarava de volta com ódio no olhar, ele quase sorriu ao ver uma mera semelhança entre ela e Jude. Travaram uma conversa silenciosa entre os olhos: Cardan detestava Taryn, que estava grávida e segundo Jude, deveria ficar segura, mas estava com feéricos nus. Logo, era claro que Cardan fofocaria para Jude, porém, a fêmea apenas o encarou, usando as cartas que tinha. Ela se virou para os convidados, sua feição voltando a ter o calor de um anfitriã.

- Vamos ali, eu volto logo.

Ela o guiou até um corredor e então, se voltou para ele e disse a única coisa que tinha como trocar por seu sigilo.

- Se jurar não contar a Jude, eu digo onde ela está.

Cardan cruzou os braços, incrédulo.

- Por que eu aceitaria sua ajuda?

- Porque você não chegaria até ela sem mim. Então, feito?

Ele negou, um pequeno sorriso em seu rosto.

- Não. Acho que vou esperar ela voltar e contar pessoalmente o que você anda aprontado.

Foi a vez de Taryn rir.

- Eu posso falar que você viu errado, mentir e até manipular, ela não acreditaria em você.

Cardan a olhou com frieza.

- Você não ousaria.

Ela deu de ombros.

- Jude não é a única com sangue ruim, temos o mesmo sangue a final. Agora, aceita ou não?

Contra gosto, Cardan assentiu e então, , assim que Taryn pegou sua bolsa eles foram para o lado de fora, onde um dos criados fez Pegasus com ervas de San Thiago, assim que desceram na praia, as ervas viraram ervas novamente e Cardan as guardou, enquanto Taryn seguia até o estacionamento mais próximo, onde mantinha um carro escondidos. Era vermelho e bonito, tinha sido comprado com o ouro de seu falecido marido.

Taryn entrou no banco do motorista e Cardan foi ao seu lado, com os braços cruzados.

- Espero que isso não seja uma tentativa de sequestro.

Taryn riu com o som de uma bruxa má.

- Alguém pagaria pelo seu resgate?

O Rei abriu a boca com um ar de incrédulidade, mas antes que respondesse, viu algo que prendeu sua atenção. Em uma vitrine, haviam alguns objetos curiosos, entre eles, livros.

- O que é aquilo? - Perguntou Cardan.

Taryn avistou uma placa da loja.

- Estão vendendo todas as coisas, porque vão fechar.

Cardan olhou da loja para Taryn, mas específicamente para os livros.

- Pare o carro. - Ordenou.

Ela revirou os olhos e o fez, pegando um saco de dinheiro do porta malas.

- Eu tenho algum dinheiro e os livros estão de graça. Vamos demorar só alguns minutos.

Assim que estacionaram, ambos seguiram até o centro da loja. Cardan se pegou preso em um pouco de todos os objetos, enquanto Taryn apenas escolhia o mínimo dos mínimos.

Se pegou olhando uma câmera polaroide antiga quando Cardan quase caiu devido a quantidade de livros que segurava e caminhava até ela.

- Vai levar todos esses?

Ele concordou, se abaixando e analisando a pilha de livros. Talvez ela o devesse ter obrigado a trocar de roupa, ele usava uma coroa discreta hoje e roupas escuras. Ela usava um vestido branco com detalhes floridos e uma longa trança.

- Na estante diz que eles são grátis, mas o que seria isso?

Os olhos de Taryn se abriram mais e ela voltou a estante, analisando e pegando mais 3 livros.

- São livros de graça, que você pode pegar e levar!

Cardan a olhou incrédulo.

- Está mentindo. - Acusou.

- Não estou.

- Está sim, quer me enganar. Quem daria isso de graça? - Ele gesticulou para os livros como se valessem o preço de um tesouro.

Taryn deu de ombros, indo até um apoiador de óculos e experimentando um no espelho.

- Nem todas as pessoas gostam de leitura e as vezes, ganhamos coisas de graças. Aproveite e não reclame, é raro.

Cardan a observou, ainda não acreditou. Taryn foi até o caixa e pagando o preço das peças de roupas, a câmera e os óculos escuros.

- E o que é isso? - Perguntou apontando para câmera.

- É uma câmera, são como... Pinturas mais realistas e feitas de forma rápida.

Ela ergueu a câmera e tirou uma foto do Rei de Elfhame que se assustou e graças a isso a foto saiu um pouco borrada. Taryn a tirou da impressão e a mostrou a Cardan, que a pegou com certa desconfiança.

- É impressionante. -Ele se levantou.- Pode tirar mais?

Taryn assentiu, pela primeira vez parecendo animada ao estar ao lado de Cardan. Assim que tirou mais algumas fotos, os dois voltaram ao carro, colocando todos os livros no banco de trás. Na metade do caminho, ela soltou um suspiro de dor, o que levou Cardan a olhar para ela.

- Por favor, me diz que não vai entrar em trabalho de parto.

Ela riu.

- Não, as crianças só mexeram e me lembram que eu estou com fome. Se importa de parar um pouco?

Ele deu de ombros.

- Contanto que não demore e que me leve até Jude.

Ela passou por um drive thur e girou o carro, pedindo dois lanches iguais, batata frita e coca cola zero, os pegando e dividindo com Cardan.

- Você está sendo tolerável, isso tem veneno, não tem? - Perguntou, olhando do lanche para ela.

Taryn o olhou como se ele fosse louco e então, trocou os lanches.

- Pronto, agora você pode comer tranquilo, não se preocupe.

E então seguiram até a casa de Vivi, enquanto Cardan comia um lanche e observava coisas mortais.





one shots de Acotar e Príncipe CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora