Príncipe Cruel (A gata)

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POV: Onde a gata que amantou Cardan volta.

Era manhã quando Cardan descobriu que Jude iria para as terras mortais.
Era tarde, quando ela começou a arrumar as malas, e era noite quando ela foi embora.

Cardan estava na cama, sem olhar para Jude, que assim que pegou a bolsa de viagem a colocou no chão.

- Estou indo. -Avisou Jude, o olhando.

Jude não sabia exatamente o que esperar, já que se tratando de Cardan, ao mesmo tempo que tudo parecia previsível, tudo era difícil de se adivinhar.

- Certo, vá.

Jude sentiu o rosto fechar.

- Tchau.

- Adeus.

Jude abriu a boca, mas rapidamente a fechou, sentindo raiva se passar pelo seu corpo, enquanto ela saia.

Cardan estava irritado, mas, era algo tristeza do que raiva. A raiva vinha do orgulho ferido, e por isso, toda a infantilidade de Cardan reinava.

Seu orgulho estava ferido, e sua infantilidade dizia para ignorar, e assim ele fez. Ignorar Jude, até certo ponto, não era difícil, porque Jude nunca corria atrás, então, por hora, tudo bem. O problema, era quando aquele lado, aquele maldito lado gentil, carinhoso e besta, o sacudia, lembrando de Jude.

A raiva sufocava sua garganta, enquanto sua cabeça começava.

Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude, Jude.

Seus olhos, sua boca, sua pele, seu corpo, seus cabelos e tudo nela. Tudo nela o chamava incessantemente, o deixando com saudade. Toda a saudade que ele sentia, se batia forte junto com orgulho.

Cardan, já bêbado na 5° garrafa de vinho, no madrugada, se amaldiçoava, jurando que jamais deixaria os segredos de seu coração serem revelados.

Nunca confessaria a Jude que sentia sua falta, não diria que amava seu cheiro, seus sorrisos raros e que a achava linda; a mais linda de todo o reino.

- Jude...-Murmurou, com os olhos fechados. - Jude, que saudade...

No meio da taberna vazia, o frio soprou com um uivo solitário.
Cardan, com todo seu mal humor, havia jogado ao dono da taberna um saco de ouro e ele havia ido embora feliz, deixando a taberna velha, fedorenta e falida para trás.

A taberna era pequena, de 4 cômodos, teto velho, banheiro sujo, mesas bambas, cozinha pequena e estoque de vinho barato. Ao lado da taberna, havia uma pequena janela, e assim que ela se abriu com o vento, Cardan tomou um pequeno susto. Era uma noite fria, solitária e desgostosa.

Esse foi o último pensamento de Cardan, antes de cair no sono.

Cardan acordou na cama, não sabia exatamente como havia chegado lá, mas sua cabeça latevaja e sentia mais sono do que o comum.

Pequenos lapsos de memória tomaram conta de Cardan, que jurou ter aberto os olhos e visto um gato preto de olhos verdes, mas, voltou a dormir.

Assim que se sentou na cama, passou as mãos pelos cabelos castanhos, e ficou feliz ao ouvir o barulho de água corrente no seu banheiro.

Um pequeno e discreto sorriso nasceu em seu rosto ao ver uma pequena fresta na porta pode mostrar uma passada de tecido preto, como se alguém usando um longo vestido, tivesse passado.

- Jude? -Chamou Cardan.

Não teve respostas. Estaria ela brava pela outra noite?

Ele então, se levantou, calçou as pantufas azuis e foi até o banheiro, e ao abrir a porta, tomou o maior susto de sua vida.

one shots de Acotar e Príncipe CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora