Tinha Que Ser Você [Spin-Off de Amor Por Acaso]

Capítulo V

Boa Leitura!!!!

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As madrugadas em um hospital eram tranquilas, pelo menos durante os dias de semana já que nos finais de semana sempre acontecia um acidente na cidade ou região, causando um certo furdunço nos longos corredores branco gelo. Nicolas se aproveitava dessa calmaria para tomar um café quentinho enquanto se perdia na paisagem da grande janela do refeitório, a poucos minutos havia começado uma garoa fina e fraca, trazendo um ar frio para a madrugada silenciosa. Conferiu brevemente a hora no relógio dourado em seu pulso, presente de seus pais, haviam se passado meia hora que seu plantão se iniciou, terminando de beber o café seguiu para a recepção para conversar com algumas colegas.

— Oi meus amores! — Cumprimentou as duas mulheres que estavam ali, Nicolas nutria um certo carinho pelas recepcionistas do hospital, todas eram mulheres de mais idade e amáveis, lhe recordavam sua mãe, confortando a saudade cortante de sua mãezinha.

— Garoto que susto! — Margarete exclamou arrumando os óculos que se entortaram pelo pequeno solavanco que seu corpo deu, enquanto Rute dava uma leve risadinha. — Eu poderia ter morrido! Não assuste meu pobre coração.

— Não foi minha intenção. — Formou um biquinho nos lábios ao se escorar no balcão. — Está tudo tão parado!

— Isso é bom, ninguém se machucando e a gente ainda ganha um pouco de sossego. — Rute se sentou em sua cadeira ficando de frente para Nicolas, segurando a bochecha do homem e apertando levemente fazendo-o sorrir. — Menino lindo! — Sussurrou e observou o sorriso se alagar enquanto o soltava.

— Não gosto de ficar parado, parece que não estou cumprindo minha função. — Segredou vendo Margarete se sentar ao lado de Rute, em sua posição.

— Eu diria que o nome disso é ansiedade, mas já que você quer estar atarefado, venha nos ajudar com essa papelada, docinho. — Margarete piscou um dos olhos ao puxar uma caixa organizadora com papéis fora de ordem, Nicolas se moveu para entrar na porta que ficava ao lado do balcão para entrar na sala aberta que era a recepção quando um barulho de pneus freando soou pelo silêncio da noite. Os três observavam a entrada do hospital travados, portas foram fechadas com força, e passos rápidos se tornaram próximos, uma figura alta surgiu com uma menina nos braços e um soluço rouco de arrepiar qualquer pessoa.

— Me ajuda por favor! A...mi...minha filha, moça. — O homem falava apresado tentando não se enrolar com o próprio choro. Saindo de seu transe Nicolas se colocou para agir como o profissional que era.

— Me chamo, Nicolas Gavioli, sou o pediatra disponível nessa unidade, o que aconteceu com sua filha? — Falou chamando atenção do homem, que fungou e lhe mostrou a menina desacordada com o nariz sujo de sangue. — Ok, venha comigo!! Pode deixar que eu faço a ficha dela no consultório, meninas. — Falou e saiu em disparada para seu consultório sendo seguido pelo homem alto.