Tinha Que Ser Você [Spin-Off de Amor Por Acaso]

Capítulo XII

Boa Leitura!!!

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Estava acostumado com aquele tipo de ligação, mas aquele peso em seu coração não era nem um pouco comum.

Nicolas mal via o caminho, não sabia se era pelos olhos empoçados ou se era pela mente cheia, teve que mudar a rota por conta de um acidente mas percorria aqueles caminhos a anos então estava acostumado, e também tinha o fato de ser praticamente de madrugada então ajudava com o trânsito.

Seu dia poderia até ter sido considerado bom, teve um encontro com sua advogada e conversaram sobre iniciar o processo de adoção, passou um tempo com Giovanni e seus sobrinhos, finalmente teve uma consulta com sua psicóloga e começou a tentar entender seus pensamentos, ainda teve um bom jantar com seus pais, mas tudo se foi pelos ares quando assistia um episódio de Pronto Socorro e recebeu uma ligação que foi capaz de arrepiar seu corpo inteiro. No automático calçou seus tênis e pegou sua carteira com documentos, não se importava se estava com um conjunto de moletom largo que usava como pijama ou se seus cachinhos estavam uma bagunça fofa em baixo do capuz azul bebê, avisou seus pais rapidamente e saiu em disparada, seu menino precisava de si, nada nem ninguém o faria parar.

Quando estava a poucos metros do hospital soube que algo estava muito errado ao perceber a quantidade absurda de paparazzis e repórteres em frente ao local atrapalhando a entrada no estacionamento, as pessoas não davam espaço para seu carro passar, seu peito começo a ficar sufocado com tantas pessoas em volta, e em sua mente vinha apenas que Michael precisava dele.

— Sai da frente, eu preciso entrar!! — O gosto salgado das lágrimas entraram em contato com sua boca quando foi preciso gritar e buzinar para tentar fazer aquela pequena multidão sair da frente da garagem, Nicolas assistiu incrédulo aquelas pessoas o olharem e ignorarem seu pedido, guiado pela dor infernal em seu peito desligou o carro e saiu trancando-o, com um pouco de dificuldade e empurrões conseguiu atravessar aquelas pessoas e chegar onde os guardas do hospital fizeram uma barreira para impedir que alguém entrasse na propriedade do hospital, antes que pudesse chegar num guarda conhecido sentiu o ar faltar de seus pulmões quando levou uma cotovelada que levou seu corpo ao chão, não conseguiu conter seu grito de desespero, suas mãos e joelhos latejaram com a queda mas nada se comparava a dor de seu peito, o tremor, e a falta de ar.

Reunindo as forças que não tinha, aproveitou que as pessoas se afastaram por conta de seu grito para se reerguer e se aproximar mais do guarda que era seu colega.

— MATIAS! EU PRECISO ENTRAR, POR FAVOR! — Suas cordas vocais pediam por socorro, a dor e a rouquidão denunciavam isso. Em segundos sentiu seu braço ser puxado com força e tinha travessado a barreira de pessoas, antes de correr em disparada pode ouvir a voz de Matias se desculpando pelo puxão. Mesmo com seu corpo todo dolorido correu até a recepção onde um estagiário o esperava.

— Doutor que bom que chegou, vamos logo. — O momento de esterilização foi rápido, lágrimas escorriam durante todo o processo, a ardência em suas mãos pela queda o fez lembrar do momento de terror que passou, depois de vestir a roupa adequada Nicolas saiu apressadamente sem nem esperar o garoto até a ala de internação das crianças, com um soluço por baixo da máscara abriu a porta e entrou, seus olhos só enxergavam seu garotinho, ele estava com os lábios gordinhos pálidos e as bochechas rosadas, tiveram que tirar a típica touquinha de sua cabeça revelando a falta de cabelos, seu corpinho parecia tão frágil deitado naquela maca enorme. Ele estava frágil!