capítulo 6.

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Encarava o teto, pensando em toda minha vida, e em como Itachi surgiu nela.

Nos conhecíamos desde pequenos, e desde aquele tempo, ele foi o único com quem eu realmente conseguia me sentir mais leve. Embora, no início não nos falássemos, afinal, apenas queríamos treinar.

Mas nós nos aproximamos mais, depois de uma missão quando formamos um time. Quando descobrirmos em como éramos uma ótima dupla. Com nossos movimentos sincronizados nas lutas, como se um lesse a mente do outro, e planejasse algo juntos. Com isso, sempre fomos mandados em missões juntos, mesmo quando um outro time precisava apenas de mais uma pessoa, eu e ele íamos juntos.

Nos separávamos quando tínhamos missões especificas para cumprir. E eu sempre sentia falta de ir com ele. E quando retornávamos, íamos em uma loja de dangos e falávamos sobre nossos feitos.

E isso continuou, até meus treze ou catorze anos, quando tomei seu lugar no dia do massacre. E agora, possuindo meus vinte e poucos anos, olhando para trás. Percebia, meu coração esquentava com seu sorriso, meus olhos ardiam e lagrimejavam quando o via triste, sua companhia me deixava relaxada, quando estava com ele, dormia tranquilamente, sendo poupada de pesadelos.

Meu coração acelerava ao ver ele, meu corpo se acendia em chamas apenas por pensar nele.

É, eu estava apaixonada. Tinha certeza disso.

Enquanto isso, na Aldeia da Folha:

Havia acabado de chegar em casa, anunciando minha chegada, ouvi meu pequeno irmãozinho apenas pronunciar um “Bem-vindo de volta”. Sorri enquanto tirava o colete e a bandana, ficando de maneira mais confortável em casa.

Fui em direção ao banheiro, para tomar um banho antes de preparar a janta. Assim que estava de baixo da agua, pude pensar um pouco, no que ocorreu pela manhã, soltando um sorriso. Sempre havíamos sido bons amigos. Nunca imaginando a possiblidade de outro sentimento.

Assim que terminei o banho, e me vesti de maneira confortável, eu fui para a cozinha, começando a preparar a janta.

[...]

— Sasuke, já está tudo pronto. — Disse abrindo a porta de seu quarto, que antes havia dado duas batidas para avisar da invasão.

— Tudo bem, estou indo Itachi. — Ele disse um pouco cansado, enquanto limpava uma kunai. Apenas fechei a porta e fui me sentar à mesa que havia arrumado.

Assim que ele chegou e se sentou, agradecemos pela comida, e começamos a comer, de maneira silenciosa, até o mesmo iniciar uma conversa.

— Eu vi a S/n esses dias, como havia avisado naquela missão. — Ele iniciou, eu apenas aguardei o que ele continuaria. — Eu sei sobre o que ocorreu aquela noite, eu vi aqueles documentos. — Me surpreendi um pouco com sua fala, o olhando.

— Eu gostaria de ter te contado, mas não sabia como. — Confessei, olhando para o menor, que apenas assentiu, compreendendo.

— Acho que se tivesse me contado, eu ficaria com raiva na hora, e faria uma besteira. — Ele disse soltando uma rápida e leve risada, que acabei por retribuir também. — Como foi revê-la? — Ele perguntou, com um sorriso quase imperceptível.

— Eu já a havia reencontrado há um tempo... Acho que nós vimos umas três vezes. Foi bom vê-la depois de tanto tempo. — Confessei ao meu irmão que ouvia com atenção o que eu dizia, enquanto comia o que eu havia preparado.

— Poderia haver um jeito de fazer ela conseguir voltar para a aldeia, provar a inocência dela. — O menor disse pensativo, era algo que eu também gostaria de poder fazer.

— Teríamos que achar aquele documento novamente, e mostrar para a Hokage, talvez com isso seja possível ao menos amenizar bastante caso ela tenha que ficar um tempo na cadeia. — Disse pensando em voz alta, talvez fosse um pouco arriscado, mas ao ver que Sasuke parecia um pouco determinado a fazer aquilo, acho que valeria a pena.

Iria me levantar para lavar os utensílios usados, mas ouvi um arranhar na porta, Sasuke tratou de pegar sua kunai e ativar seu sharingan. Fui em direção da porta e a abri, esperando por um ataque, mas apenas vi um gato preto de olhos vermelhos entrar. Sorri com aquilo, ela estava certa de quais eram seus sentimentos. Peguei o gato em meu colo, acariciando o felino.

— Embora seja arriscado, vamos fazer. — Eu disse olhando para meu irmão mais novo que pareceu não entender o motivo da minha motivação repentina. Assim que fui em direção a janela, olhei para ela, a lua. Nossa mensageira silenciosa. Apenas soltando um sorriso.

Assim que ela pudesse ficar na aldeia, poderíamos ficar juntos, sem muita preocupação.

Seria quase um sonho

De volta ao esconderijo:

Após o longo dia de reflexão, mandei o gato que havia dito que enviaria assim que estivesse certa de meus sentimentos. Agora, era só esperar nossos caminhos se cruzarem.

Sentia que as coisas poderiam melhorar, e estava feliz com tal sensação. Olhava para a janela, observando as estrelas, e a lua.

— Você não faz ideia, do quanto te amo. — Disse quase em um sussurro, olhando para aquela luz que vinha do céu, tão bela.

E assim, me deitei na cama, observando o teto, gostaria de dormir, mas não conseguia. Estava agitada. Então resolvi levantar, logo caminhando para a cozinha e a colocar um copo com agua para mim, me apoiando de costas para a pia, apenas a olhar os arredores. Estava tudo escuro e silencioso, os outros provavelmente haviam ido dormir. Eu deveria fazer o mesmo.

Assim que dei o ultimo gole, lavei o copo que havia usado, e fui para meu quarto novamente. Apenas a ficar sentada na cama, olhando para a foto que ainda tinha. Sorria com a tal lembrança. Havia sido em uma missão, há muito tempo. Quando havíamos vencido uma pequena competição, onde o prêmio era poder comer a quantidade de dangos que quisesse, gratuitamente por um mês, em uma loja. Era raro quando tirávamos fotos, mas apenas olhar para essa, me fazia feliz, gostaria de que aquele tempo durasse mais.

E assim eu adormeci, caída na cama, abraçada com aquela foto, com um sorriso.

[...]

Assim que acordei, de maneira ainda preguiçosa, ainda sonolenta. Me sentei na beira da cama, soltando um bocejo e logo me levantando e arrumando a cama, e guardando a foto. Assim que terminei, peguei uma muda de roupa e levei ao banheiro, assim que entrei, me despi e entrei embaixo daquela agua quente, sentindo meu corpo relaxar, querendo ficar ali o dia inteiro, mas tinha que terminar e checar se havia missão para mim.

Já estava vestida, com o manto por cima. Fui para a cozinha, tomando apenas uma xicara de chá. Logo vendo Kisame aparecer.

— Temos missão para realizar hoje, apenas cobrança. — Ele disse bocejando, aparentemente cansado, apenas assenti. Oferecendo o chá para ele. Que aceitou.

Não tinha muito interesse nas missões, mas tinha esperança de se encontrarem, e talvez o universo estivesse ao nosso favor.

E eu torcia por isso.

Existia a possibilidade de vê-lo novamente, e meu coração disparava só de imaginar.

𝐓𝐰𝐨 𝐛𝐨𝐝𝐢𝐞𝐬 - Itachi UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora