Capítulo 04

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POV: LAUREN

De volta à cidade, passei pela lanchonete para contar a Dinah o que eu havia descoberto.

Eu olhava fixamente para uma xícara de café preto enquanto ela devorava um lauto café da manhã, o mais completo de todo o cardápio. De dia ou de noite, comia feito uma Leoa. Mas eu estava sem fome. Não conseguia pensar em nada, a não ser na minha missão fracassada e no agente que havia puxado meu tapete.

Passei o dedo na minha orelha lascada. Ninguém havia chegado tão perto assim de cravar uma bala nos meus miolos.

— Dois atiradores na mesma praça. Já ouviu falar de coisa parecida?

— Não que eu me lembre - disse Dinah, mastigando uma bocada de ovos e torrada.  — Você viu o cara direito?

Como se a situação não fosse estranha o bastante, algo na figura do meu inimigo martelava na minha cabeça. Tentava me lembrar do que poderia ser.

— Não era muito alto. Metro e sessenta, metro e setenta no máximo.  - “Não muito mais alto que Camila”, pensei. Foi então que me dei conta.— Não tenho tanta certeza assim de que era um homem.

Dinah deixou o garfo cair no prato e, de olhos arregalados, disse:

— Você apanhou?

Au! Não gostei nem um pouco do jeito que ela resumiu a situação.

— Acho que sim - admiti. Girei no banco para olhá-la de frente.

— Dinah, a mulher era uma profissional.

Dinah deu de ombros e voltou à comilança. Depois disse:

— Bem, nesse caso não vai ser difícil saber quem é. Não tem muitas gatas nesse ramo, tem?

Ela tinha razão. Isso eliminaria a grande maioria de todos os agentes ainda em atividade.

Dinah seguiu uma garçonete com os olhos.

— Eu adoraria levar uma surra daquela ali... - O apetite de Dinah para as mulheres era quase tão aguçado quanto seu apetite por ovos e bacon. Esperei pacientemente até que ela se desse conta de que eu ainda estava ali. — Você tem mais alguma pista? 

Ela disse, voltando finalmente para nossa conversa. Eu tinha. O Laptop que encontrara nos escombros. Estava bastante avariado, mas não morto. E eu conhecia uma garota capaz de operar milagres com pedaços retorcidos de metal.

Bebi um último gole de café e me virei para ir embora.

— A gente se vê mais tarde, Dinah.

{...}

Entrei no quartinho dos fundos de uma oficina de desmanche digital minha favorita e procurei por um geniozinho da eletrônica chamada Gwen. Ela estava debruçada sobre uma mesa coberta de quinquilharias uma espécie de cemitério de computadores. Com aquele cabelo espetado e aquela camiseta do White Stripes, lembrava muito mais uma babá do que o gênio que de fato era. Disse a ela que tinha um laptop ligeiramente avariado e, ato contínuo, coloquei a máquina sobre o balcão para que ela a examinasse.

Gwen examinou o volume amorfo e fumegante em que tinha se transformado o laptop.

— Apagou uma fogueira com ele? - perguntou, cética.

Respondi apenas com um sorriso.

— Quer saber o que eu acho? - ela disse, limpando as mãos com um trapo. Redobrei a atenção, esperançoso. — melhor você comprar um computador novo.

— Mas este tem um valor sentimental para o proprietário.

— E quem é esse proprietário? 
Abri um sorriso inocente e disse:

Fired: Srt.s JaureguiOnde histórias criam vida. Descubra agora