𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 - 𝐒𝐓𝐄𝐑𝐄𝐊

Prefácio

Não posso deixar de amar você

Mesmo que eu não tente

Não posso deixar de te querer

Eu sei que eu morreria sem você

_War Of Hearts .Ruelle_

[...]

Derek ouve seus passos correrem pela terra, e o som de seus pés descalços pisando em galhos secos pelo caminho.

Seu cheiro é amargo, quase como pôr enxofre na língua e senti-la rolar por toda a sua boca.

Repugnante.

Com uma graça perigosamente feroz, Derek corta caminho assim que atravessa pelos cantos de uma sequoia-gigante, deixando então seus caninos sangrentos surgirem de dentro de sua enorme boca.

Ele a vê correndo a distância, tropeçando algumas vezes na terra batida mas rapidamente ganhando controle de suas pernas para não perder o ritmo.

O coração dela bate furiosamente dentro de sua caixa torácica, Derek pode ouvir com perfeição cada batida envolvida em pânico enquanto foge dele.

Do lobo alfa sedento por sangue.

Sangue de bruxa.

Não demora para que ele a veja correr para dentro de uma caverna isolada em meio as árvores e arbustos, apressada demais em fugir para perceber que o lobo já a encontrou.

— Vai ser mais fácil do que pensei.

Derek se ouve dizer em sua mente, sua voz fria ecoando por sua cabeça nublada.

Ele começa a arrastar a pata dianteira na terra, predestinando sua próxima rota, empurrando pra trás uma lufada de ar quando trota rapidamente até a caverna escura.

O lugar fede a bruxa com medo, o que acaba não se tornando algo comum, se lembrar que bruxas tendem a ser seres atrevidos, inconvenientes e problemáticos.

Destruindo sempre tudo o que toca com suas feitiçarias. Devastando as florestas lupinas e muitas vezes matando lobos encurralados por pura diversão com feitiços poderosos e de proporção cataclísmica.

São todas traiçoeiras. E por isso devem morrer sem sequer a chance de defesa. Caso lhe desse a oportunidade, a bruxa os envolveria em sua teia, e o fim não seria bom para os lobos que a pegassem.

Isso deu início ao que seria a grande guerra entre bruxas e lobos. Jamais poderiam se aliar, pois um não pode confiar no outro.

Nunca.

Derek mal avança alguns passos antes de ouvir um som pequeno, como o choramingo de um filhote de lobo recém nascido.

Decidido a averiguar a origem disso ele continua, percebendo que cada vez mais o som fica mais perceptível e deformado.

Derek rasgaria a pele da bruxa, tira por tira, se descobrisse que ela sequestrou algum filhote de lobo e o está mantendo aqui.

Ele avança mais um pouco e então para. Notando de repente que isso não pode ser o som de um lobo pequeno. Parece mais agudo, como um choro, e não um latido.

— Dê mais um passo e eu juro que mato você aqui mesmo.

Derek para, não pela ameaça em si, mas pela audácia que encontra na voz trêmula da bruxa. Ele bufa, sabendo que estaria rindo se estivesse em sua forma humana.

Pequena bruxa tola. Jamais sobreviveria se o enfrentasse.

Quando se vira na direção dela vê que as córneas dos olhos da bruxa estão de um tom vermelho escuro, quase vinhos, e existe um brilho dourado ao redor da íris ao qual deveria ser ameaçador.