Lua Vermelha

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 LONDRES, 1889

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 LONDRES, 1889.


     A lua está coberta por algumas nuvens, mesmo assim ela tenta brilhar, esse esforço de tentar vencer nuvens carregadas de chuva lhe dão um tom mórbido de vermelho sangue.

   Whitechapel é um dos bairros mais pobres de Londres, lugar de prostitutas e bares nojentos, uma luxuosa carruagem passa pelas ruas sujas e chamando atenção de quem está na rua naquele momento, Alice está na recepção da pensão, entediante, faz tempo que não se tem notícias do tal estripador que há um ano assolou Londres, a carruagem para na frente da pensão caindo aos pedaços, dela sai um elegante homem, alto de cabelos longos e dourados muito bem vestido, com ele estão duas crianças, um menino de cabelos negros muito bem arrumado e uma garotinha de longos cabelos loiros, crianças bonitas, pensou Alice, certamente puxaram ao pai, pois aquele elegante cavalheiro só podia ser o pai deles. 

       A chuva cai lentamente lá fora , Alice fica admirada com as três figuras que adentram o hall, alguém como eles deviam ter ido para os luxuosos hotéis da East End, o cavalheiro pede um quarto, ele possuía um charmoso sotaque do leste europeu , disse que fazia um ano que não vinha em Londres, havia acabado de chegar e na noite seguinte procuraria um lugar  melhor para se acomodar com seus filhos.

   Seus olhos eram como duas pedras de âmbar, seus cabelos dourados como fios de ouro e sua pele pálida como a lua, Alice estava hipnotizada pelo homem, que segundo pode vê assinou com o nome de Laurence Bathory no caderno de registros, o homem fez uma breve reverência com a cabeça e pegou as chaves, seus filhos igualmente lindos como o pai sorriram para Alice, o menino lhe beijou a mão, um pequeno lord, pensou Alice, já a menina fez uma reverência como uma verdadeira dama, ambos seguiram o pai em direção ao quarto.

   Alice precisou saí , já que estava tarde e morava um pouco longe da pensão, passou as instruções para o garoto que iria substituí-la, e foi para seu alojamento onde morava com outras garotas. Ernest era um garoto que viu um boa oportunidade o emprego na recepção, pelo menos era melhor que as fábricas , onde poderia acabar esmagado entre as engrenagens, Alice saiu e não passou nenhum minuto um senhor bem vestido saiu logo em seguida, estranho um hospede assim, pensou Ernest e mal ele se vira de volta para o balcão , um menino de cabelos negros e olhos cor de âmbar está parado na sua frente, com um estranho sorriso.   

- Nossa! Você me assustou, aquele era seu pai ? 

  O menino fez que sim com a cabeça, ele era um pouco menor que Ernest que tinha 16 anos, provável que tivesse uns 12 ou 13 anos, era bonito o cabelo bem peteado para o lado e bem vestido, com roupas que parecia que iria para um funeral.

 - Você deseja algo?

   Ernest se arrependeria dessa pergunta, o garoto fez que sim e apontou para ele o rapaz ficou branco e um frio percorreu seu corpo, do nada por meio da escuridão e da luz bruxuleante da lamparina do balcão, surgiu uma menina menor que o menino, cabelos dourados e um belo vestido.

  Alice caminhava,  uma fina chuva caia lentamente, as ruas estavam assustadoras e vazias, ela viu que a lua brilhava vermelha entre as nuvens, no meio da noite entre becos um elegante cavalheiro a seguia discretamente com seus olhos cor de âmbar. 

  Ernest correu estava na rua do lado de fora da pensão, as duas crianças mudaram suas feições, seus belos rostos angelicais deram lugar para verdadeira face do demônio, seus olhos estavam completamente negros, seu sorriso revelou uma fileira de dentes pontiagudos e garras afiadas sugiram nos seus dedos. O garoto correu, mas as duas criaturas eram rápidas e a menina surgiu bem na sua frente e com uma força descomunal enfiou a mão no seu peito e arrancou seu coração.

  Melissa e Gustav se alimentaram do coração do rapaz, logo seu mestre os chamaria  para outra refeição, fazia um ano que eles tocaram o terror em Londres com os crimes do Jack Estripador, fazendo vítimas e criando pistas falsas, como era divertido vê os humanos sentirem medo.

   Laurence gostava da sensação, fazia mil anos deste que foi imortalizado em tempos em que a Inglaterra ainda era parte do Império Romano, morou anos no leste da Europa, onde adquiriu seu sotaque  e lá conheceu duas crianças que ele deu a vida eterna durante a grande peste, gostava de vê o medo e criar caos em humanos, isso do Jack Estripador seria lembrado por anos, disso tinha certeza.

   Alice se viu sozinha , uma estranha neblina a cobriu e um anjo de capa preta e cartola desceu do céu noturno, seus longos cabelos dourados voando com o vento, e de longe olhos negros como a noite, Alice estava hipnotizada, como era bonito, agora pode perceber era o cavalheiro que se hospedou na pensão.

   Laurence se aproximou de Alice suas mãos lhe rasgaram o vestido, e lentamente suas unhas afiadas cortaram as cordas do espartilho. Era um sonho pensou ela, Alice nunca havia sido tocada daquele jeito o homem lhe beija o pescoço, sangue escorre pelo corpo no meio da escuridão surge Gustav e Melissa as duas crianças mordem os pulsos de Alice.

    Pouco a pouco o coração da jovem para de bater e agora ela era um ser  sem vida as três figuras somem no meio da noite. Alice Mckenzie era a nova vitima do terrível Jack Estripador segundo o noticiário daquela manhã de 17 de julho de 1889, outro caso foi de um jovem rapaz achado sem coração boiando no rio Tâmisa.

  Dormindo tranquilamente em um quarto com cortinas bem fechadas estava Laurence e seus filhos, esperando que a noite viesse e assim fazer mais vítimas no bairro pobre de Whitechapel, onde ninguém se importaria em investigar os assassinatos do Jack o Estripador.

  Dormindo tranquilamente em um quarto com cortinas bem fechadas estava Laurence e seus filhos, esperando que a noite viesse e assim fazer mais vítimas no bairro pobre de Whitechapel, onde ninguém se importaria em investigar os assassinatos do Jac...

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