New Wave, Niko's e Nós!

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            Ele pensou que seu coração havia parado de vez, porque foi o que pareceu. Suas pernas haviam ficado dormentes, Arthur pensou que se tentasse descer da cadeira, acabaria caindo.

Seu rosto ficou totalmente vermelho, mas, pela luz neon já vermelha, ninguém notara isso. Arthur encarou Mariano pelo que pareceu ser uma eternidade, seus olhos não haviam ousado piscar uma vez sequer, com medo que aquela miragem desaparecesse — mas torcendo desesperadamente para que isso acontecesse. Porque, afinal, ele não deveria estar ali. Era uma coisa irreal, impossível... era para ser assim.

Sua vida era dividida em duas: a primeira parte era o que seus amigos estavam, os amigos que estavam na banda, que o acompanharam durante todo o ensino médio. Sua família também, por mais distante que ela fosse... Mariano também estava desse primeiro lado, ele era irmão do seu vizinho, ou vizinha, não se sabia. Mas mesmo assim! A segunda parte da sua vida era aquela, à noite, onde ele usava roupas bonitas e apertadas que realçam suas curvas na cintura e sua bela bunda. Era o momento onde ele colocava um olhar quase serpentino no rosto e conquistava os outros homens com um sorriso — logo após vários drinques pagos pelos mesmos. Era o outro lado que ele não mostrava para ninguém, nem nunca planejou o fazer.

O modo como Mariano o observava era de pura surpresa.

Mas havia também rugas ao lado dos olhos que mostrava que ele estava sorrindo, mesmo que seus lábios não mostrassem de fato um sorriso. Aquele rosto era sorridente por vida, não havia outro modo de dizer.

Arthur pensou nisso de repente, em como ele parecia mais bonito agora do que há horas, quando batera em sua porta.

O jogo de encarar dos dois acabara.

Arthur desviou o olhar, claro.

Ele bebeu tudo que havia em seu copo de uma vez, queimando sua garganta. Parecia que seus órgãos iam derreter também.

Ele tentou se manter calmo enquanto os homens que haviam chegado se instalavam em uma mesa distante, os gritos e sorrisos iam se distanciando, o que era um bom sinal, isso significava que assim ele não teria que encarar seu vizinho temporário.

Ele pegou uma água para si e bebeu dois grandes goles.

Foi quando ouviu a voz — que lhe arrepiou a nuca — daquele que já conhecia.

— Oi, Arthur.

O segundo gole quase pulou para fora da sua boca, em um engasgo constrangedor. Por sorte, seus dentes estavam tão trincados que segurou a água, lhe poupando da vergonha.

Ao se virar, Arthur notou como a luz neon do bar deixavam as expressões sorridentes de Mariano ainda mais acentuadas; quando ele sorrira, ao dizer seu nome e congelar na última sílaba, lhe deu um grande sorriso vermelho, como se houvesse bebido sangue.

Aquela visão deixou Arhur hipnotizado e completamente rendido. Foi algo sinistro, mas de alguma forma, atraente. — Ele não conseguia dizer qual mais e qual menos.

— Ah, oi... Você... Hãã... Oi. Oi.

Mariano riu de sua complicação ao dizer um simples oi.

Arthur, por sua vez, se sentiu envergonhado e desejou sumir. Sumir da face da Terra, porque só assim não seria encontrado. Mas se esconder em sua casa também seria uma boa opção, ele poderia trancar a porta. Seria divino.

— Não sabia que você vinha aqui hoje — comentou o outro, que usava uma camisa verde, gola V, que sempre subia a sua menor respiração. Arthur tentou não olhar demais para os pelos aparentes no peito dele —, senão teríamos vindos todos juntos. Lhe apresentaria meu irmão e os amigos dele.

• Os Garotos do Hot • (CONTOS ERÓTICOS | Livro Extra dos Irmãos Laurent)Onde histórias criam vida. Descubra agora