Capítulo 08

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POV. FELIPE

Eu estava ansioso para saber o que meu pai conversara com Kristal. Não a encontrei no escritório dele quando terminei meu trabalho. Então, fui até o quarto em que ela está. Bati na porta algumas vezes e nada. Depois, uma das criadas abriram a porta.

   — Vossa alteza. — abaixou a cabeça.

   — PODE ENTRAR, LIPE!!! — escutei ela berrar.

Ela acabou de me dar um apelido?

Sorri e entrei, a vendo ler algumas folhas que estão espalhadas pela enorme cama. Ela parece concentrada enquanto gira um lápis em uma das mãos e um pequeno bloco de notas em outra.

   — E então? Como foi a conversa com meu pai? — perguntei, me sentando na poltrona mais próxima. Vi as criadas saindo de fininho.

   — Ele fez uma pegadinha comigo e me deu esses contratos. Estou tentando equilibrar a situação. Não quero ter que escolher entre um ou o outro.

   — Quais são as propostas?

   — Ainda bem que perguntou. Preciso conversar com você sobre. Enfim, a mais "positiva" para nós dois é a que aborda o casamento. Assim, ambos teremos a guarda da criança. Com isso, eu não terei poder nenhum na corte, mas vou receber um salário para cuidar da criança, bem como uma casa afastada do palácio.

   — E a outra?

Ela coçou a nuca, suspirando.

   — Essa é meio complicada. Pelo o que eu entendi, você agenda um casamento com uma princesa e eu vou ser como uma "barriga de aluguel". Quando o beber nascer, eu entrego para vocês e sumo de vista. — contou. — Se eu escolher essa opção, sua majestade vai me pagar uma espécie de auxílio para que eu possa viver bem no exterior e a criança passará os feriados comigo.

Bufei. Não quero separar uma mãe de seu filho.

   — O que você acha, Felipe?

   — Eu não quero abrir mão de você, Kristal. E não quero a afastar do nosso filho. Eu confio na sua escolha. Mas, meu palpite é que o primeiro contrato é o melhor.

Ela suspirou.

   — Eu também acho. Mas casamento é pra sempre, Felipe. — ela me encarou. — Você quer se casar comigo?

   — Isso é um pedido?! — me surpreendi, sentindo o impacto dessa frase.

Ela bateu a mão na testa.

   — Não, Lipe. — ela murmurou. — É só uma pergunta. Tipo, você tem certeza de que quer se casar comigo?

   — Olha, você é bem fora da casinha. — contei, suspirando. — Acho que sim.

   — Achismo não é suficiente para resolver um casamento. — ela suspirou. — Se a sua resposta for sim, quero fazer um contrato com você. Digamos que será nosso segredo.

   — Já tem alguma ideia?

   — Eu não quero te prender à mim. Então, digamos que, na sua vida amorosa e sexual, eu não dou pitaco. — ela murmura. — Você poderá se relacionar com outras pessoas.

Eu fiquei sem acreditar. Ela...

   — Você quer que eu te traia?!

   — Não! — bateu a mão na testa novamente. — O que quero dizer é que, fique com quem você quiser. Vamos estar casados no papel. Não na alma e tal.

   — Você é inacreditável, Kristal! Só você mesmo para dizer umas loucuras dessas!

   — Que foi? Só estou me prevenindo de ser pega de surpresa! — murmurou.

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