Capítulo 19

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POV. KRISTAL

Nunca imaginei que seríamos envolvidos em outro escândalo. Dessa vez, uma filha perdida de Felipe. Por falar nele, ele acabou de fechar a nossa última mala e me encarou, cansado.

    — Prontinho. Quer beber algo? — ele perguntou, me encarando.

Dei uns tapinhas na cama, instruindo-o a se deitar ali, ao meu lado. Ele o fez, massageando meu ventre enquanto suspira.

   — O que vai ser desse futuro, Kris? — ele perguntou, visivelmente abatido.

   — Sinceramente? Não sei. — dei de ombros. — O que tiver que ser, será. Se a criança for sua, assuma. Se não for, faça com que todos os envolvidos arquem com as consequências.

     — E você?

    — Estou ótima. — falei. — O bebê também. Aliás, temos que decidir o nome dele. Daqui a pouco ele vai estar fazendo faculdade sem ter nenhum nome, coitado. — eu ri, tentando amenizar a tensão no lugar.

     — Kristal, o momento é sério. — ele murmurou.

      — Eu sei. Mas o nome do seu filho também é.

Ele suspirou. Por um instante, pensei que o plano de distrair ele de seus pensamentos não tinha dado certo.

Mas funcionou. E, em instantes, ele estava distraído, conversando comigo sobre vários nomes.

     — Guilherme? — sugeri.

     — Hum... Não. Que tal Leonardo?

     — É uma péssima opção. Vão chamar ele de "Leonardo das Vinte". — murmuro uma piada que via muito entre crianças. — Nada disso. E Taylor?

      — Taylor, não. Nome de playbozinho.

Nós nos encaramos em uma pausa dramática. Até que eu ri pela ironia de sua fala.

       — Eu recomendo Felipe II. — ele murmurou, coçando o queixo. O encarei atravessado. — Tô brincando, sou doido não.

      — É sim.

      — Pior que eu sou. — suspirou. — E David?

      — David também é um bom nome...

      — David é bom. — ele fez uma pausa.

Continuamos até decidir que o nome do bebê seria David. Meu garoto vai se chamar David.

        — Agora a dúvida que não quer calar... — ele fez uma pausa dramática. — Davi sem "d" no final ou David com "d"?

        — Com "d", óbvio. É mais bonito.

        — Ah, fala sério. Eu acho sem.

Estralei a língua.

         — Vai ser com final "d" e morreu o assunto. — resmunguei, cruzando os braços.

        — Davizinho, sua mãe é muito estressada. — ele se aproximou da minha barriga para falar. — David, já venha sabendo que são raras as chances de dialogar com ela. Ou o jeito dela é o certo, ou certo é o jeito dela.

Dei um tapa nele ao ver que, finalmente, a tensão diminuiu sobre seus ombros. O abracei com carinho.

       — Tá pronto?

       — Não. Mas vou fingir que estou e enfrentar tudo você vai ficar ao meu lado, né? — ele perguntou, como uma criança assustada.

        — Vou, Lipe. Sempre.

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⏰ Última atualização: Mar 28 ⏰

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