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"[...] E aos 18 eu traí joana com uma menina branca que gostava de bola de gude [...]"
(Menina tatuada, Salomão do Reggae)

]" (Menina tatuada, Salomão do Reggae)

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Caxias do Sul – RS, setembro de 2010.

Saimon Rangel alcançou a sua tão sonhada maioridade.

Fazia dois anos que ele estava em um relacionamento sério com Joana, e o seu quarto estava tão abarrotado de pertences dela, quanto os aposentos
da menina comportava várias coisas dele.

O casal parecia ser composto por dois andarilhos, levando em consideração que viviam de um lado para o outro. Hora estavam na casa dos avós de Joana, hora jaziam na residência pertencente a Beatriz, e vez ou outra — quando a mãe de Saimon não estava de bom humor —, alojavam-se no aconchegante lar de Oswaldo e Raquel, os quais recebiam os mais novos com demasiado carinho.

Saimon e Joana passavam muito tempo juntos, e com o decorrer dos meses os hábitos da moça foram absorvidos pelo rapaz, tal como as manias dele influenciaram o comportamento dela. Não foi difícil juntar os seus grupos de amigos, já que ambos possuíam faixas etárias e gostos semelhantes.

Aos seus dezesseis anos a Silveira havia abandonado os estudos e como consequência, convenceu o namorado a fazer o mesmo. Segundo ela, o Rangel não precisava de um diploma porém de um emprego, afinal, eles compartilhavam de um vício e precisavam sustenta-lo de algum modo.

E movido pelo desejo de tornar-se independente de Beatriz e satisfazer os seus próprios anseios e os da companheira, Saimon deixou a escola a fim de trabalhar como garçom em um bar no centro da cidade. Muito obviamente, Oswaldo e Raquel discordaram da atitude tomada pelo neto, já a progenitora sentia-se incapaz de manifestar a sua opinião acerca das escolhas feitas pelo filho.

Pois caso pudesse opinar, ela o diria para cortar relações com Joana. Na concepção da mulher, a menina não fazia bem para o rapaz, visto que o mesmo tornou-se um usuário assíduo da planta alucinógena cuja lhe fora apresentada pela de cabelos cacheados. Beatriz não queria que Saimon perdesse a sua vida como ela perdera a dela, mas infelizmente era justamente isso o que estava acontecendo. O garoto afundava cada vez mais em seus vícios torpes e recusava-se a ser resgatado dos mesmos.

Ele assemelhava-se com mãe mais do que queria ou sequer imaginava, e isso não era algo positivo.

De todos os modos, a vida financeira da família Rangel melhorou de forma considerável no último ano. Beatriz juntou as suas economias e converteu-se em uma das sócias minoritárias da boate na qual trabalhava, e sendo assim cessou de atender os seus clientes em casa. Agora, o seu trabalho ficava da porta para dentro da casa noturna.

Ainda assim, Ramiro continuava procurando pela filha de Oswaldo a qual recusava-se a estar com ele outra vez. Especialmente depois do homem ter destruído qualquer resquício de afeição que pudesse vir a ser nutrida entre ela e o filho.

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