005: I'm fine

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O som de passos se aproximando me deixaram em alerta. Eu já estava sentado naquele chão imundo por algum tempo, mas não sei exatamente quanto. Encolhi-me mais um pouco e esperei que quem quer que fosse passasse direto por mim. Eu não queria que me encontrassem. 

O barulho dos passos estava ficando cada vez mais alto, o que indicava que a pessoa se aproximava.

— Jin... — uma voz chamou e eu prendi a respiração.

Pode parecer algo infantil, mas pelo medo, eu simplesmente prendi a respiração como se isso pudesse me proteger. Prendi a respiração até quase não aguentar mais e depois soltei o ar com cuidado.

— Sabemos que você está aí, não adianta. — uma outra voz disse.

— Jin. — a primeira voltou a chamar.

— Saia daí e venha nos ver. — disse outra.

— Por que você é tão medroso? — outra voz perguntou.

Várias vozes me chamavam, eu não sabia ao certo quantas. Eu apenas abracei mais meus joelhos, deitei minha cabeça neles e fechei os olhos. Eu não queria vê-los.

— JIN, ONDE VOCÊ ESTÁ? — chamaram-me novamente. Diferente das outras, eu sabia de quem era essa voz.

Levantei a cabeça na esperança de que ele estivesse ali, mas eu ainda estava sozinho.

— HOBI. — gritei e me levantei para procurá-lo.

Dei alguns passos, saindo do beco, e avistei-o a poucos metros de mim. Quando seus olhos encontraram os meus, eu pude perceber que ele estava realmente preocupado. Ele correu até mim e nós nos abraçamos. Era um abraço forte, ele quase me esmagou entre seus braços.

— Que susto da porra, Jin! O que você faz aqui? O que aconteceu? — ele perguntou afastando-se um pouco de mim para me encarar, mas sem me soltar.

Expliquei para ele tudo o que aconteceu e ele me ouviu atentamente. Eu ainda estava com medo, mas com o Hoseok ali, sentia-me um pouco mais tranquilo. Não que ele fosse muito forte ou soubesse lutar, mas algo nele me passava a sensação de segurança. Na verdade, o Hoseok era um amigo tão incrível justamente por conseguir ser os dois extremos: o irresponsável festeiro e o amigo protetor, o que me levava para o mau caminho e o que me resgatava de lá.

Além de contar sobre hoje, confessei a ele o que fiz ontem com Namjoon. A expressão dele mudou quando citei o nome do crápula do Hajun. Hoseok foi a única pessoa para quem eu contei o que aconteceu comigo anos atrás. Quer dizer, agora eu também tinha me abrido para Namjoon, mas a situação era bem diferente. Namjoon já sabia, Hoseok não. 

Escolhi contar para ele porque, diferente dos meus pais e de qualquer outra pessoa, ele se importava comigo. Ele notou que havia algo de errado, que eu guardava algo muito ruim dentro de mim. Ele me perguntou e esperou até que eu estivesse confortável para falar. Não contei em detalhes, pois comecei a chorar muito, mas ele sabia o básico. 

Após eu explicar os últimos acontecimentos, ele me abraçou e depois segurou a minha mão.

— Nada de ruim irá acontecer com você, eu juro. Não deixarei mais que te façam mal, Jin. Vou te proteger. — ele disse firme olhando em meus olhos. — Vem, vamos, eu te levo até a sua casa.

Começamos a andar ainda de mãos dadas. 

— Você acha que é seguro eu ir para a minha casa? Eles sabem o meu nome, sabem o que aquele maldito me fez, então devem saber onde eu moro.

— Tem razão. É melhor irmos à polícia.

Eu parei de andar, forçando-o a parar também já que estávamos de mãos dadas ainda. Hoseok me encarou, confuso.

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