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S/n Stones Point of the view. São Francisco, Califórnia.
- Eu não sei como ele teve coragem de me chamar de filha. - Resmunguei, levando a colher de sorvete a minha boca.
Cleo acenou concordando.
- Olha, sinceramente, não quero me meter nos seus problemas de família. Mas, eu acho que vocês deviam conversar civilizadamente sobre tudo isso.
- É impossível ter uma conversa civilizada com aquele desgraçado. - Resmunguei irritada.
- Ele pode ser um desgraçado, mas continua sendo seu pai. - Cleo disse pegando o pote de minha mão.
- Você fala assim porque não viveu o que eu vivi. - Levantei reclamando.
- Tem razão. Não sei totalmente o que você passou, mas como uma amiga, tenho que te incentivar a fazer o certo. - Segui a morena até a pequena cozinha.
- Você quer que eu volte para Outer Banks e fale o que? Olá família, voltei para conversar sobre os meus traumas! - Ironizei.
- Sim. - Ela respondeu sorrindo.
Revirei meus olhos e respirei lentamente.
- Mas de todo jeito, tá tarde! Vamos dormir, amanhã é um novo dia, e aí você resolve o que vai fazer. - Ela propôs guardando as colheres.
- É, acho que é o melhor a se fazer por enquanto. - Murmurei.
Fui até a sala novamente, peguei meu celular e bolsa, e caminhei até meu quarto. Após fechar a porta, sentei em minha cama olhando para a janela. O céu escuro era iluminado por algumas estrelas, todas brilhantes e encantadoras.
Liguei meu celular vendo algumas mensagens não visualizadas. Amigos da faculdade falando sobre a matéria que havia sido passada essa semana, e meu chefe, que havia enviado o comprovante de meu pagamento. Suspirei, voltando a encarar a janela.
De repente, interrompendo meu momento de reflexão, meu celular tocou. Olhei para o visor e notei um número desconhecido na tela, estranhei, mas de toda forma, atendi.
Ligação em andamento.
- Alô? - Chamei por alguém.
- É você mesmo? - Uma voz familiar respondeu do outro lado da linha.
- Perdão, quem fala?
- Sou eu. Alexys.
- Ah meu.. Como isso é possível? - Estática, eu questionei.
