Capítulo 7

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Tudo se encaixava perfeitamente agora. A felicidade dos meus pais naquele dia para a tal viagem para o sul. Na verdade, eles estavam agindo pelas minhas costas para que eu conhecesse o tal noivo que nunca quis ter.

Era revoltante...

Por que eu tinha que ter nascido ali? Só queria ser uma pessoa normal.

Nunca senti vergonha por ser quem sou e pertencer a um povo com costumes diferentes. Mas queria ser livre para poder escolher o que quisesse e não ter que aceitar um casamento arranjado.

Era muito pedir para decidir o que seria da minha própria vida?

Não consigo me conformar que nos tempos em que vivemos eu ainda teria que me casar com alguém que não conheço e que eles escolheram, como se fosse a melhor opção para mim.

Eu não iria me casar e se fosse preciso viver ao relento eu iria negar minhas origens.

Tanto que fugi, sem rumo.

Correndo, quase tropeçando, corri muito, indo na direção da saída, mas não me atentei ao horário e o quanto aquele pedaço era deserto. A estrada estava a ermo, apenas com o barulho dos ventos batendo nas copas das arvores próximo dali.

Cansada, parei para respirar. Foi quando me dei conta que estava sendo seguida e como se não soubesse continuei andando apressadamente, porém comecei a sentir aquela fisgada sob as costelas, me fazendo parar um pouco para respirar melhor. Dobrei o tronco para frente sentindo a dor intensificar enquanto as passadas de quem vinha atrás aumentava.

Algo em mim ficou difuso entre o que estava sentindo e o medo que me dominou, quando olhei por cima dos ombros e vi a silhueta masculina vindo logo atrás.

Onde estava com a cabeça? Não deveria ter saído de lá a essas horas sem um plano de fuga. Poderia ter esperado e planejado melhor, mas temi por quererem me casar a qualquer momento, me forçando a ser de alguém que não amava.

Voltei a caminhar apressadamente, no entanto o vestido, a dor e o pouco ar circulando em meus pulmões não me deixavam correr mais. Logo agora que precisava fugir ou mesmo gritar ao estar sendo perseguida por um desconhecido.

Com medo, sentindo que meu coração sairia pela minha boca, comecei a traçar tantas possibilidades quando seus passos ficavam mais perto de mim. Talvez se voltasse a correr ao contrário, voltando para o acampamento fosse uma melhor opção, porém me senti um pouco mais aliviada quando vi que se tratava do cigano bonito, que estava ao redor da fogueira, o mesmo que sorriu quando eu estava dançando.

Mesmo no escuro o reconheci, contudo fiquei curiosa para saber o que ele estava fazendo ao me seguir. Ao questioná-lo sem animosidade alguma, fiquei irritada com a forma debochada com que me respondeu.

Sua voz era grave e musical. Diferente da minha imaginação quando o vi mais cedo. Ele era ainda mais bonito visto assim de perto. Com os cabelos compridos e a barba bem feita.

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