Capítulo XII - Tristeza.

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- Finalmente vocês acharam a Joy! Vejo que não tenho nada para fazer aqui. Então, seguirei o meu caminho.

- Como? O que? Como vocês nos acharam? - Perplexa e estática, a Joy tentou  ao máximo entender o que estava acontecendo.

- Jungkook, espere! Você precisa de cuidados. - Yeri exclamou enquanto percorria o breve caminho que a separava de Jeon.

Sem muito esforço, a Yeri e o guardião celeste logo alcançaram o Jungkook, e seguraram em seus braços dormentes, na intenção de não deixá-lo cair.

- Apenas deixe-me em paz, porra! - Jeon se afastou.

O olhar do rapaz transmitia uma expressão ressentida, porém furiosa. A sua pele ardia e os seus olhos queimavam como um fervoroso incêndio. Sentia-se muito confuso, tão confuso que não conseguiu sustentar a sua postura indiferente.

O comportamento repulsivo do Jungkook só deixou mais visível que existia algo discreto rolando entre os dois, algo que nem eles sabiam o que era, mas que estava lá.

Era tarde demais para que ele tentasse esconder isso, todos presenciaram a sua indignação no momento em que viram a sua expressão furiosa. E mesmo que ele tentasse se explicar, com certeza não seria convincente. Ninguém acreditaria em suas palavras.

Por mais que o relacionamento de ambos, a princípio fosse apenas trivial, ao longo dos treinos, o Jungkook acabou desenvolvendo um certo interesse pela filha de Deus.

Durante os treinamentos na Arena de Arles, os dois sempre estavam supervisionados pelos os seus mentores, então era difícil para o Jeon firmar um contato mais íntimo com a princesa, visto que a liberdade de expressão não estava ao seu favor.

Mesmo que isso fosse possível, o interesse do rapaz era contraditório, porque as únicas mulheres que o Jungkook conhecia eram as que moravam no inferno, ou então as mundanas aproveitadoras com quem saia, mas todas eram tão imundas que só pensavam em sexo. Como a maioria delas não precisava se preocupar com tantas regras, o tempo livre era gasto em saciar a própria libido.

No começo era até legal, mas com o passar dos anos, o Jungkook enjoou de sempre fazer as mesmas coisas, e isso lhe impulsionou a passar a maior parte do seu tempo no palácio infernal se dedicando ao estudo aprofundado do livro satânico.

Foi apenas quando surgiram as primeiras especulações de que na reencarnação atual, a rainha Hera havia gerado em seu ventre uma bela mulher, que o filho do Lúcifer se sentiu mais motivado para prosseguir com os estudos, mas dessa vez destinou o seu conhecimento às extremidades do céu.

O seu intuito principal era parecer atraente e intelectual, pois esse era o padrão o qual estava acostumado a ver as mulheres se atraindo, tanto no inferno quanto na terra. Podia falhar, porque não conhecia os gostos celestiais, mas essa era a única carta que tinha na manga, então podia ao menos tentar usá-la.

Antes de todos os treinos, o garoto revisava insistentemente o seu uniforme de luta, queria está perfeito aos olhos de todos.

Desde os primórdios o seu foco sempre foi a Joy. Em todas as reencarnações existentes, sempre tinha algum sentimentos que os unia intensamente. Até porque era difícil se desvencilhar dos laços que foram construídos a milênios.

Apesar de terem trocado poucas palavras durante a nova reencarnação, o Jungkook em vida, nunca foi exposto a uma mulher que antes de despertar o seu desejo sexual, lhe despertou tamanha curiosidade.

A aura angelical emitida pela princesa era única e o atraia tanto que lhe deixava sem jeito quando a olhava nos olhos.

Ou seja, para ele ter presenciado aquela cena foi como enfiar uma adaga de ferro no seu coração.

𝔔𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖔 𝖈é𝖚 𝖊𝖓𝖈𝖔𝖓𝖙𝖗𝖆 𝖔 𝖎𝖓𝖋𝖊𝖗𝖓𝖔 Onde histórias criam vida. Descubra agora