Capítulo XIV - Balbúrdia.

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Como não queria chamar a atenção dos anjos e tampouco dos demônios que circulavam pelos corredores de Vincennes, o Jungkook logo precisou conter a sua euforia.

Não sabia ao certo por onde ir, mas tinha em mente que deveria achar um lugar o mais rápido possível para se esconder.

Então, assim ele fez. Jungkook caminhou insistentemente pelos corredores daquele palácio, até achar um esconderijo adequado para ficar durante a noite.

O lugar onde estava, era um quartinho inacessível nos fundos de Versalhes.  Aquele era o local ideal, quase ninguém o frequentava, por isso o príncipe podia ficar ali o tempo que quisesse, sem se preocupar.

Sem muita demora, sacou a Estela e abriu a mochila preta que estava sobre as suas costas. Então, pegou o seu livro de símbolos demoníacos, e procurou a página onde encontravam-se as runas de proteção e força.

A dor da Estela era intensa, mas suportável. Fazia um bom tempo que o príncipe não renovava as suas runas ou desenhava novas em sua pele, pois para cada runa desenhada no corpo de um demônio, uma nova responsabilidade.

Além de que, na maioria das vezes, o Jungkook precisava da autorização dos seus pais, para que pudesse mexer nos livros sagrados, principalmente o que compunha os símbolos demoníacos.

Mas agora que ele atingiu a maioridade, sentia-se mais livre para tomar decisões como essa. Não era uma boa ideia tirar um monumento tão importante do lugar, sem que seus pais soubessem, mas ele precisava fazer isso e urgente.

Como estava fraco, além do sangue de demônio que levava consigo, aquele material seria super importante se quisesse manter a sanidade.

Então, o Jungkook logo retirou a sua camisa e a amarrou sobre a boca, como se fosse uma mordaça, na tentativa de impedir que os seus gemidos de dor fossem audíveis.

Uma das runas que tatuou em sua pele, era a cruz invertida, ou anti-cruz. Esse símbolo é famoso por dar ao demônio, o poder da distração e camuflagem, ao enfrentar um anjo, ou algum ser parcialmente celeste.

Após finalizar o desenho com bastante dificuldade, tendo em vista que a sua pele ainda estava sensível. O demônio suspirou fundo e retirou o pano de sua boca, por fim vestiu-se novamente e colocou as suas coisas dentro da mochila.

Mesmo que aquele fosse um lugar seguro, o Jungkook não pretendia ficar por muito tempo, até porque a sua fuga tinha um objetivo: descobrir o que de fato estava acontecendo entre os dois reinos.

Eram muitas perguntas a serem sancionadas, por isso precisava ser cirúrgico com as suas decisões, para que não causasse mais estranhamento.

Tinha em mente que quando saísse da sala, alguns demônios e anjos que vagavam por ali, o veriam caminhando por Vincennes.

Jungkook estava ciente disso, mas pensou que como  a bomba ainda não tinha estourado, essa era a única chance que tinha de desaparecer, sem que ninguém se importasse tanto com a sua presença.

Enquanto isso no Inferno, a Perséfone desfrutava de um sono pesado.

O melhor de tudo, é que os demônios mais velhos são imunes a algumas reações, tanto de drogas quanto de bebidas, isso significava que a rainha não precisaria lidar com a ressaca no dia seguinte. Porém ela teria que lidar com algo ainda pior, a fuga do seu filho.

Assim que amanheceu, o despertador o qual a rainha havia acionado na noite passada disparou. O aparelho estava programado para despertar às 11hs, e não às 23hs. Então, ela logo acordou para desligar, pois o barulho era ensurdecedor, além de muito incômodo.

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2022 ⏰

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