Capítulo X - Interesse.

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- Ten, espere por nós! Iremos acompanhar a princesa no treino de hoje. - Uma voz firme ecoou no ar.

De imediato, o senhor Chittaphon acompanhado da princesa, fixou o olhar na direção do som, e pôde notar que a Yeri e o Taehyung se aproximavam.

Assim que a Joy os viu lado a lado, percebeu que o clima estranho, que cercava-os a alguns dias atrás, finalmente tinha acabado. Então, os olhou com um largo sorriso sobre os lábios e fez um sutil gesto com a mão para que se aproximassem.

Na manhã anterior, antes de se retirar do Palácio de Versalhes, o Taehyung deixou sobre o chão maciço em frente a escadaria, uma sacola na cor branca. Dentro dela, havia um simples, mas significativo presente.

Lá estava um buquê formado pelas flores preferidas de Yeri, a Orquídea Azul e a Íris. Ao lado do amontoado de rosas, tinha uma foto de infância dos dois brincando no lago de Versalhes. Já atrás, havia um breve bilhete escrito à mão pelo o próprio Taehyung, que reconhecia os seus erros e lhe pedia desculpas por tê-los cometido.

No mesmo instante, a Yeri pegou o celular e discou o número de Taehyung, que sem cerimônia lhe atendeu, dando início a uma longa e detalhada conversa.

O Taehyung não é um anjo persistente com os seus erros, ele sabe identificar perfeitamente quando está errado, e quando está certo. Apesar de não ter feito nada contra a Yeri, ele não queria deixar o problema se agravar mais, pois tinha em mente que a garota não era a melhor pessoa, quando se trata de reconhecer os próprios erros, mesmo que eles venham a machucar terceiros.

Esse comportamento ríspido, e até um pouco vulgar foi herdado da sua mãe, a Rainha Hestia, conhecida em Versalhes pelo o seu codinome "Deusa do Fogo".

Na mitologia grega, a Hestia é conhecida por ter uma personalidade calma, paciente, reservada e amigável. Além disso, ela não gosta de lutar, pois prefere auxiliar os demais nas batalhas, caso esta fira os seus princípios. A Héstia também tende a evitar brigas íntimas, já que prefere resolver tudo com o diálogo.

Devido a essa personalidade decidida, a Deusa do fogo despertou em seu ser um ego enorme, que muitas das vezes lhe impediu de admitir os seus próprios erros, por se considerar uma mulher justa e indigna de contradições.

Por muitas vezes, a Héstia foi aconselhada por Deus a manter a postura, sem deixar a sua autoridade, somada ao narcisismo prevalecer em suas decisões diante da Corte de Versalhes pois, segundo ele, todos os deuses que residem no céu, possuem papéis extremamente fundamentais para o bom andamento de questões sociais existentes no plano celeste. Entretanto, isso não lhe impediu de causar alguns desentendimentos, mas nada que não pudesse ser posteriormente resolvido, ou quase isso.

- Senhor Chittaphon, me belisca! Acho que estou sonhando - Joy disse incrédula, quando avistou tal cena.

O guardião celestial virou-se rapidamente de costas e notou a presença dos dois anjos, no interior do Palácio de I'isle. Apenas sorriu gentil e retornou o olhar a princesa, que estava muito animada para retribuí-lo.

- Devo realmente beliscá-la? - O guardião retrucou a princesa no mesmo instante.

- Sim, é claro que deve! - respondeu-lhe confiante.

Sem questionar, o senhor Chittaphon acatou a ordem da Joy e levou uma de suas mãos ao braço fino da garota, onde desferiu um aperto.

- Aí!! - a princesa gritou. - Não seja tão literal, senhor Chittaphon! É apenas um ditado. - apoiou a destra sobre a lesão.

- Mas eu perguntei à senhorita se deveria... - Tentou ajudá-la fazendo uma breve carícia no local atingido.

- Esquece! - Joy afastou a mão do senhor Chittaphon. - O Taehyung e a Yeri se acertaram pela primeira vez, sem que eu ajudasse! Isso não é espetacular? - disse animada, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.

𝔔𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖔 𝖈é𝖚 𝖊𝖓𝖈𝖔𝖓𝖙𝖗𝖆 𝖔 𝖎𝖓𝖋𝖊𝖗𝖓𝖔 Onde histórias criam vida. Descubra agora