7.1 - Perder batalhas

1.1K 80 17
                                    

FLÁVIA

* Esse capítulo é a continuação do anterior

Gabriel me olhava em expectativa para saber o que eu iria dizer, puxei o ar antes de começar.

— Nunca quis magoar você de verdade, mas talvez eu tenha falhado nisso, comecei o nosso namoro na esperança de conseguir esquecer outra pessoa e acabou não dando certo. —  Falei no tom mais amigável possível.

— É o cara do karaokê, não é? Eu percebi tudo naquele dia e disse para você, porém achei que conseguiria fazer seus sentimentos mudarem, não rolou, então está claro que acabamos por aqui. — Concluiu com a voz fria sem me olhar nos olhos.

— Espero que algum dia possamos ser amigos.

— Acho que não. — Gabriel negou com a cabeça e saiu sem dizer mais nada.

Queria que as coisas tivessem saído melhores, mas eu não podia controlar essa situação muito menos aquilo que sentia. Terminar com ele não significava que iria sair correndo para os braços de Guilherme, ainda tinha muito receio e não queria me ferrar novamente, o doutor era inconstante demais, um dia me queria por perto, no outro não olhava na minha cara, mas Gabriel não tinha culpa disso e eu não podia enganá-lo.

Três semanas depois…

Depois de um dia cansativo na Terrare eu e Paula finalmente estávamos indo pra casa.

— Esta é a parte ruim de não ser mais a garota do cafezinho. — Comentou durante o trajeto.

— Não sei o que é pior, ser copeira ou aturar o Marcelo, desconfio que a segunda opção. — Reclamei.

— Pelo menos você se livrou do filhote de cascacu. — Lancei um olhar bravo em sua direção.

— O que? De homem chato e mimado pela mãe você já tem o Guilherme, fica só com ele. —  Falou ao pararmos no sinal vermelho.

— Eu e o doutor não temos nada… — Neste exato momento meu celular tocou, o nome de Guilherme apareceu na tela.

— O que você tava dizendo mesmo? — Perguntou erguendo as sobrancelhas com ironia e eu mostrei a língua para ela.

— Diga doutor. — Antendi sem perceber que um pequeno sorriso havia se formado em meu rosto.

— Flávia… — A voz baixa e embargada que ele utilizou ao pronunciar meu nome fez o sorriso desaparecer dando lugar a preocupação.

— O que houve? — Perguntei angustiada, algo estava muito errado.

— Venha até a clínica, por favor! — Seu tom suplicante me fez concordar na mesma hora.

Expliquei a situação para Paula e em alguns minutos ela me deixou na porta da clínica Monteiro Bragança.

— Qualquer coisa me liga. — Avisou.

— Ok. 

A clínica estava vazia, então fui o mais rápido que consegui até a sala de Guilherme. Encontrei o médico sentado no sofá com a cabeça baixa, parecendo totalmente vulnerável, nunca o vi daquela forma, aproximei-me devagar e me agachei ficando diante dele.

— O que aconteceu? — Perguntei calmamente, Guilherme ergueu o rosto, os olhos avermelhados indicavam que ele havia chorado.

— Me abraça, por favor. — Pediu com os olhos lacrimejando.

Parte do meu coração - Oneshots Flagui Onde histórias criam vida. Descubra agora