05. despedidas predestinadas

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Alguém me disse uma vez que despedidas são muito superestimadas

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Alguém me disse uma vez que despedidas são muito superestimadas. Existem meios para matar a saudade e as pessoas tornam tudo um grande show dramático, com lágrimas, abraços demorados e promessas não realistas desnecessárias.

Não sei porque essa pessoa era tão rancorosa. Talvez perdera as chances de dizer adeus a alguém e culpou o mundo por isso. É minimamente triste.

Não sou fã de despedidas. Mas elas começaram a fazer parte da minha vida de uma forma muito constante. Me acostumei com elas.

Só que nunca fica fácil.

Hoje é o último dia de Adam em Nova York. Decidimos passá-lo juntos, com as mesmas desculpas de sempre: temos pouco tempo juntos.

Todos esses dias que Adam passou comigo, foram ótimos, claro. Sempre vou bater na tecla de sermos melhores amigos, mas minha mente me traiu tanto. Eu não pedi por sentimentos românticos. E foi o que eu consegui. A última coisa que eu precisava agora era uma confusão sentimental exagerada.

Às vezes entendo o que aquela pessoa me disse sobre despedidas. Era mais fácil quando Adam ainda estava em Nova York e éramos melhores amigos. Dançávamos juntos, tínhamos nossos momentos e era isso.

Não me arrependo totalmente de nossa amizade ter tomado outro rumo, porém existem limites. Sei que ele quer uma coisa totalmente diferente de mim. E agora, com ele indo para o outro lado do país, esse sentimento de que poderíamos ser algo mais pode desaparecer.

Um problema a menos.

Mais uma coisa que estou fugindo.

Pego um pouco de pipoca do balde, prestando atenção no filme que fomos assistir num cinema local. Derrubei um pouco de pipoca em mim, e observei quando Adam arrastou a mão que estava na minha, para a minha coxa suja de manteiga agora. Segurei uma risada.

Seu cabelo estava solto, e ele vestia uma blusa preta e calças jeans. No escuro da sala, conseguia ver que ele sorria pro filme de vez em quando, e às vezes olhava para mim.

Sua companhia era tão boa.

— Esse filme é devagar. — diz, roubando o balde da minha mão. — Vamos vazar daqui?

— Gastei quinze dólares que eu não tenho para passar um tempo com você pela última vez antes que você vá embora por não sei quantos meses. — protestei, pegando mais pipoca. Adam suspirou. — Claro que podemos ir embora. O dia é seu.

E com um sorriso no escuro e um selinho roubado, saímos dali para aproveitar o resto do nosso último dia.  

  

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