Snowdrop

Capítulo 61 ❄

[Narração Carlos Antunes]
• Delegado •

Soco a mesa na minha frente, como aquilo desgraçado sempre sabe a porra dos meus passos? Parece que é vidente! Será que tem algum informante? Isso não é possível.
– Delegado.– Um dos polícias entra na barraca que montamos em frente o convento.
– O que é agora? – Pergunto tentando me acalmar.
– Aquela madre se recusa a ir embora.– Ele diz, era sério? No meio de todos os problemas que eu tenho eles não conseguiam nem cuidar de uma mulher?
– Aquele filho da puta tem explosivos lá dentro e vocês não conseguem nem cuidar de uma única mulher? – Pergunto.
– Ela quer falar com o senhor.– Diz abaixando a cabeça, acabo saindo para fora e vendp a religiosa que passava a mão pra baixo do pescoço.
– Você está atrapalhando.– Afirmo.
– Minhas meninas estão lá dentro! Eu preciso saber como estão.– Diz.
– Há uma médica lá então acho que fisicamente estão bem, quando saírem poderão passar com um psicológo pelo trauma..– Afirmo.
– Quando vão sair? – Indauga.
– Depois que tirarem as bombas.– O policial ao meu lado solta.
– Bombas? HÁ BOMBAS LÁ? – Ela grita assustada, olho feio para o policial.
– Desculpe senhor.– Pede por causa da boca grande dele.
– Madre vamos sair daqui.– Uma garota chama ao se aproximar, acho que seu nome era Ana e foi uma das reféns libertadas.
– HÁ BOMBAS LÁ! – Ela grita pondo a mão sobre o peito, em segundos ela cai, Ana a chama sem parar mas a madre não se mexe.
– FICA COMIGO! – Chamo enquanto ela puxa o ar com força, eu sabia o que estava acontecendo, via os sinais, minha mãe havia falecido assim.
– Uma parada cardíaca! – Digo tentando fazer ela ficar acordada mas ela se entrega rápido demais, os olhos param abertos, sem vida, seu pulso não mostrava mais nenhum sinal.
– MADRE! – Ana chora, coloco a mão em seu ombro.
– Sinto muito.– Digo vendo a ambulância vir em nossa direção, aquelas meninas que já não tinham família, agora estavam sem a diretora delas, algumas consideravam aquela Madre a mãe..talvez quando souberem seja pior que a morte.