3 - frio

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Felix se encontrava internamente confuso e irritado. Havia chego ao quarto do Príncipe Hwang a mais tempo que pudesse contar, esperando pelo mesmo, enquanto sentava no acolchoado preto e veludo da cama do mais velho.
A ansiedade que o Lee possuía era vista de longe aos mais íntimos, e Lix nem tinha tantos assim. Os lábios carnudinhos arrancando a pele protetora de sua boca, faziam com que de longe vissem sua impaciência.

Príncipe Felix não era uma pessoa mimada ou muito exigente, apenas gostava da pontualidade que seus funcionários o atendiam, e achava bom. Entretanto, Hwang Hyunjin não era um deles. O que restava a ser feito era esperar pelo mais velho, enquanto sua mente estivesse em plena confusão.

E quando seu olhar se retornou à porta do quarto, a silhueta alta pôde ser vista, arrancando um suspiro aliviado do mais novo.
Seus olhos se encontraram e o Lee apenas o desviou para o seu colo, se reverenciando.

– Olá, vossa alteza. —sua voz encontrava-se baixa e o mais velho sorriu sacana quando percebeu tom do menor à, agora, sua frente. Gostava de ser bem recebido e temido. —Posso perguntar para que me trouxe até seu quarto?

Felix em nenhum momento levantou sua cabeça, apenas escutando a risada do Hwang. Estava submisso.

– Sim. — levantou o queixo do menor para o olhar, e então, as íris escuras encontraram as mais claras, fazendo o mais novo ser intimidado.— Temos que falar sobre o assunto a poucas horas atrás: meu casamento.

– Peço perdão, mas não compreendo o que vossa alteza queira insinuar.

– Não há problema. Eu entendo sua confusão estúpida. —continuou fitando, com deboche, os olhos do sardento.— Por enquanto, iremos manter assim: você será meu parceiro e quando ficarmos mais íntimo, pois é impossível alguém me odiar, iremos nos casar e será meu esposo.

Então, se livrou das mãos de Hyunjin de seu queixo que, antes, o forçava a encara-lo. Se levantou cerrando os punhos e ficou diante ao moreno.

– Não irei aceitar isso. — usou um tom baixo, mas com pura firmeza.— Eu não vou me casar com você. Nunca!

E por que acha que eu me importo? O motivo deste aniversário é que eu escolhesse alguém, E eu escolhi. — encarou os olhos do menor, o fazendo encolher.— Iremos discutir isso mais tarde. Tenho que resolver assuntos com a sua majestade.

Usando tom de deboche ao pronunciar o tratamento real de sua mãe, parou à porta, sem se virar para trás.

– E, caso queira sair do castelo, não poderá até os guardas receberem minha ordem. Seu irmão quer vê-lo. Ele está em um quarto que pedi para separar a família real Lee. Seu pai também está por lá, alteza. —sorriu sacana, se retirando da sala.

Felix cerrou os punhos mais uma vez.
Não queria acreditar que seu pai havia aceitado tudo isso.
E ele até se casaria, se seu coração não estivesse em outra pessoa naquele momento.

Quando mais novo, Lee estava brincando com seu ursinho de pelúcia,—que o nomeou como Fluffy— dado por sua mãe, Heeyoung, antes da mesma vir a falecer em sua gravidez, em seu quarto.
Heeyoung havia deixado presente aos seus filhos quando completassem dez anos. E o presente do pequeno Lee foi Fluffy.
Quando o menor recebeu seu querido presente de sua mãe que nunca havia visto, pôde sentir o cheiro de seu perfume. O ursinho era uma edição de brinquedos única e velha, mas, que para um colecionador e vindo da família Lee, todos gostariam. E, quando sentiu o perfume de sua mãe, não esperou para mandar a funcionária sair de seu quarto, apenas para chorar.

Se sentia culpado por a mesma não ter suportado ter mais um Lee, por isso chorava. Ele apenas desejava sentir um abraço amoroso que nunca teve.
E, nesse mesmo instante que o pequeno Lee mandou a funcionária sair, um menino estava passando perto e não teve culpa de ter ficado atrás da porta do loirinho, apenas o escutando chorar.

Não esperou para adentrar o quarto do mais novo. Em silêncio, foi se direcionando à cama do baixinho, se sentando no acolchoado lilás com detalhes amarelinhos. Cores que o Lee amava, além do preto, é óbvio.
E o abraçou.

– Chan... —o nome do amado foi dito com suavidade.— Não deveria estar treinando?—limpou o choro.

– Eu estava passando para falar com você, alteza. O que houve?

– Eu queria que ela também me abraçasse...— o tom choroso rouquinho de Felix havia cortado o coração de Christopher no mesmo momento, e se sentia triste pelo menor também. Não sabia como fazer Lee parar, mas ficou ali para ele.

No mesmo instante, Christopher e o Príncipe Lee haviam sentido algo diferente naquela manhãzinha e quando mais velhos, Chris virou seu guarda-costas e os dois mantiam esse relacionamento em segredo até de Minho.

Contudo, aceitar casar-se com um Príncipe mandão e frio, e ainda com todos aqueles boatos, só podia ser loucura para o Lee.

𝙒𝙝𝙮 𝙈𝙚? - 𝙃𝙮𝙪𝙣𝙡𝙞𝙭Onde histórias criam vida. Descubra agora