Behind the Scenes

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🖇 | Boa leitura!

🗒DULCE

Eu não queria criar altas expectativas em cima daquela entrevista, mas era impossível não me animar. Um estágio desses iria acrescentar muito em meu currículo e talvez se eu agradasse eles pudessem até se interessar em me manter na empresa após a minha graduação. Na sala de espera, eu esfregava minhas mãos uma na outra para conter a ansiedade. Quando meu nome foi chamado, eu entrei no escritório da editora chefe do jornal.

— Você deve ser Dulce Maria Saviñon! — ela abriu um largo sorriso e levantou para me cumprimentar com um aperto de mãos.

— Sim. — assenti. — É um enorme prazer conhecê-la e uma honra que tenha me dado essa oportunidade. — falei da maneira mais sincera possível.

— Eu enxergo potencial em você, querida. Por favor, se sente. — indicou a cadeira à frente dela e ambas no acomodamos.

— Bom, eu trouxe todas as minhas dissertações, currículo acadêmico e cartas de recomendação. A senhora pode levar o tempo que precisar para me avaliar. — tirei os documentos da minha bolsa e ofereci para ela.

— Claro. — sorriu fraco, pegando os papéis e dando uma olhada não muito interessada, os largando sobre a mesa em seguida. — Eu faço mais o estilo de pessoa que gosta de conversar. Se importa em responder algumas perguntas?

— Pode perguntar o que quiser. — fiquei um tanto quanto mais nervosa, porém continuei tentando não demonstrar.

— Você trabalha em alguma coisa atualmente?

— Sim. Eu sou gerente de uma livraria, mas estamos em pausa por causa de uma reforma.

— Que tipo de reforma?

— Tivemos um incêndio há um tempo.

— E qual foi a causa?

Aquilo era curiosidade ou ela realmente achava esse assunto relevante? Mesmo incerta, eu resolvi responder.

— Foi um incêndio criminoso.

— Meu Deus! — ergueu as sobrancelhas. — Por que fariam isso? Desculpe tocar no assunto, só estou curiosa.

— Ok... — respirei fundo. — Foi só uma mulher maluca querendo chamar atenção. — ri sem jeito.

— Um ex relacionamento mal resolvido é bem perigoso, concorda? — riu.

Franzi o cenho a encarando e não respondi à sua pergunta.

— Droga, falo pelos cotovelos. — riu mais uma vez. — Na verdade eu já te conheço, Dulce. Ganhou um pouco mais de visibilidade depois desse incêndio. Há males que vêm para o bem, não é?

— Ah... — me senti incomodada. — Eu gostaria de seguir falando sobre o meu estágio.

— Claro. — assentiu. — É para isso que está aqui. Eu dei uma olhada em suas notas e elas são ótimas. Tenho certeza que não preciso ver mais para te encaixar em um dos nossos setores.