Sobre o reflexo do espelho passo a mão em meu pescoço e fecho os olhos com raiva, sentindo a mão do meu pai me apertar ali, naquele pequeno ponto que me impede de respirar.
Volto a abrir os olhos vendo os pequenos hematomas.
Herbert sempre me teve como um troféu, se gabando para todos que serei uma Zornickel. Na frente de todos ele me elogia, como se fosse a filha prodígio, o cristal da família, mas por trás de tudo isso encontra um homem agressivo.
Cheguei do internato e pensei que teria ao menos um mês para ficar em minha casa, porém quando fui questioná-lo, fiquei irritada com o fato do meu casamento já estar marcado para o dia seguinte — no caso hoje.
Meu pai ficou fora de si quando fiz a pergunta, exigiu respeito e submissão, e com a mão em meu pescoço quase me deixou sem fôlego me obrigando a me calar.
Na mente de Herbert passei todos esses anos no internato com o intuito de ser a submissa perfeita para meu futuro marido e em tese é isso que aprendemos, ser a esposa perfeita, nos calar diante das adversidades do mundo, aprender bons modos, saber vários idiomas, tocar diversos instrumentos, como se portar diante de qualquer situação e toda essa baboseira.
Meu rosto pálido denuncia meus dias sem comer direito assim como as olheiras fundas adquiridas devido as várias noites maldormidas.
Olho para trás ao ver a fechadura da porta girar e aperto o roupão com força.
— Posso entrar? — uma senhora pergunta.
Assinto prevendo que seja a equipe de maquiagem que terá que fazer um milagre comigo.
Junto com a senhora entram mais três jovens, que me olham com receio.
— Vocês são aqui do vilarejo? — pergunto curiosa, pois não conheço quase ninguém daqui.
— Somos sim, tenho um salão em frente à prefeitura, seu pai contratou nossos serviços — a mulher responde solícita a minha pergunta. — Noites sem dormir? — Avalia meu rosto de perto.
Abro um pequeno sorriso forçado confirmando.
A ponta dos seus dedos encostam em meu pescoço.
— Teremos que esconder isso — a mulher diz me olhando com pesar.
Não digo nada.
Logo elas trazem uma cadeira para me sentar. Assim que me acomodo uma jovem morena se senta numa banqueta na minha frente pega meu pé, o coloca em seu colo depois abre sua maleta e pega seus acessórios. Enquanto a senhora dá atenção ao meu cabelo, as outras duas garotas se sentam ao meu lado tirando às cutículas das minhas mãos.
— Não me leve a mal, mas você me lembra muito a sua mãe.
Sorrio com carinho lembrando da minha mãe.
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OTTO - PROMETIDA AO SUBCHEFE (DEGUSTACÃO)
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