Me esperando, Bugboo?

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~Marinette, presente~
    

     Despertei no dia seguinte atônita, ainda não acreditando o que havia acontecido. Era um sonho ter Chat Noir de novo? Aquilo REALMENTE não foi um sonho? Corri para fazer minhas tarefas matinais e ajudar meus pais na padaria. Eu estava tão feliz que até mesmo os clientes notaram como meu semblante havia mudado.

     Era sábado, então fechamos mais tarde. Eu não via a hora de terminar tudo e poder sair com meu ioiô por aí a procura dele. Quem sabe pra Ladybug ele conte o que aconteceu. Assim que lavei e sequei todos os pratos, beijei a bochecha da minha mãe, que guardava a prataria.

     -Eu volto tarde, mãe. Vou na casa da Alya.

     Disse enquanto passava pela porta da frente. Sabia que ela não brigaria. Meus pais sempre me deram muita liberdade de ir e vir quando bem entendia (até mesmo quando voltei totalmente bêbada da festa de noivado da Alya).

     Assim que peguei uma certa distância de casa e encontrei um beco sem nenhuma câmera de segurança, Tikki saiu da minha pequena bolsa apenas esperando que eu dissesse as palavras de sempre.

     -TIKKI, TRANSFORMAR.

     Um brilho rosa iluminou o beco e logo eu já estava vestida como a heroína de Paris, a Ladybug. Sem demora, comecei a atirar o ioiô pelas varandas dos prédios, pegando impulso para me atirar no seguinte. Era uma noite fresca. Já se viam algumas estrelas no céu e uma brisa suave se chocava com minha pele enquanto eu ia em direção ao meu lugar favorito e o de Chat Noir. A Torre Eiffel. O topo dela.

     Não demorou para que eu chegasse lá e subisse até o observatório, onde me sentei observando a paisagem parisiense. Podia ver lá de cima as pessoas caminhando no parque, tirando fotos e aproveitando o fim de semana. Famílias que agora viviam em paz. Daquela forma eu esperei. Se passaram dez minutos, que viraram 30 minutos e depois viraram duas horas.

     Eu estava me levantando para ir embora, convencida que a noite anterior foi um sonho quando senti uma presença pousando atrás de mim e me tomando para seus braços.

      -Me esperando, Bugboo?

     Era tão bom confirmar que tudo não era um sonho. Que ele realmente estava ali. Escutar o seu "Bugboo" era como música para os meus ouvidos. Me contive apenas para manter a minha postura de heroína, do contrário eu claramente perderia o controle como no outro dia.

      -Então o gato fujão decidiu voltar?
     
     Me virei para ele e pude observar que o mesmo tinha seu sorriso sarcástico de sempre.

     -E a minha dona sentiu falta deste fujão tão miauravilhoso?

     Os trocadilhos eram tão ruins como sempre costumaram ser.

      -Falo isso depois que me contar onde esteve.

      Ele pareceu ponderar antes de me responder, mas logo sorriu serenamente.

     -Eu não era daqui. Precisei voltar para casa quando tudo acabou.

     Mentiroso. Me lembro perfeitamente de ouvi-lo dizer que havia feito uma promessa.

     -Se é assim... pensei que você fosse Parisiense, gatinho.

     Não vou pressiona-lo. Pelo menos ainda não.

      -Um verdadeiro gato não tem uma única casa, My Lady. Mas e você? Ouvi que o crime comum também é complicado de combater.

      Chat Noir piscou para mim. Algo estava diferente da noite anterior. É claro que ele me tratava diferente quando eu era a Ladybug, mas antigamente ele era... bem, apaixonado por mim, mas por que após cinco anos ele demonstrou mais interesse quando eu estava sem o uniforme?

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