Imperdoável.

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~Adrien, presente~


Comecei a observar a minha volta. Realmente era de tarde no parque. Algumas famílias passeavam ao longe. O que estava acontecendo?

Eu estava sentado sobre um tecido xadrez branco e vermelho, com uma cesta de piquenique ao lado.

-AMOR!

Escutei uma voz familiar vindo em minha direção. Eu estava chorando de novo? Realmente funcionou?

Olhei na direção da voz e observei Marinette caminhando em minha direção com dois sorvetes. Ela sorria de maneira tão linda. Era como se eu estivesse no paraíso. Ao notar que eu estava chorando, ela correu em minha direção e colocou as duas cestas de sorvete sobre o tecido que eu estava sentado.

-Amor? O que você tem? Fala comigo. O que aconteceu?

Ela se ajoelhou em minha frente e tocou meu rosto com delicadeza, me olhando com preocupação. Eu não pude deixar de abraçá-la. Ela cheirava tão bem. Usava o mesmo perfume de sempre. Ela estava tão confusa mas eu apenas não ligava. Tinha funcionado. A fusão funcionou. Assim como Plagg me falou outrora, o universo fora reescrito.

-Adrien, fala comigo!

Voltei a mim quando ela elevou um pouco seu tom de voz.

-Nada meu amor... é que eu... eu... me perdoa...

Eu afundei meu rosto no ombro dela e continuei chorando. Compreensivamente, ela acariciou meus cabelos.

-Perdoar o que? Adrien, você estava normal até cinco minutos atrás. Por favor, me diz o que tá acontecendo.

Foi então que me toquei. Não é a "mesma" Marinette. Ela não tem nada com que precise me perdoar. Ela estava me chamando de amor e estamos em um encontro, então suponho eu que somos namorados. Nessa mesma possibilidade, meus pais nunca encontraram nenhum livro mágico, minha mãe está bem e Ladybug e Chat Noir nunca existiram, já que eu tenho os miraculous comigo. Preciso confirmar isso. Enxuguei minhas lágrimas e a olhei sério, a afastando um pouco.

-O que você acha da Ladybug e do Chat Noir?

Ela franziu o cenho.

-O desenho? Eu gosto da Ladybug e do Chat Noir. Eles lembram um pouco a gente, não acha? Com exceção de que... a gente namora.

Ela literalmente confirmou minha teoria.

-Sim amor, com certeza. E você gosta da sua sogra? Só uma curio...

-Adrien Agreste, você está me perguntando se eu gosto da sua mãe, mesmo que eu tenha viajado com ela no verão passado por duas semanas? O que deu em você do nada? Será que eu coloquei algum cogumelo estranho no chá que trouxe?

Ela começou a mexer na cesta e então eu segurei o pulso dela.

-Não, não tem nada de errado.

Novamente eu estava chorando. Minha mãe estava viva e eu tenho a namorada dos sonhos. O que mais eu poderia desejar?

Mas... eu mereço mesmo isso? Depois de tudo o que eu fiz pra Marinette? Eu literalmente a matei poucas horas atrás, mesmo que sem querer. Eu merecia esse felizes para sempre mesmo com todos os meus pecados?

-O que eu fiz... me perdoa, Marinette.

-É claro que perdôo, é só parar de agir assim todo estranho.

-Não!!! É outra coisa. O que eu fiz foi... imperdoável.

Ela parecia completamente desconcertada com as minhas atitudes. Novamente eu comecei a chorar e eu vi as expressões da mestiça se tornarem irônicas.

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