Gatinho?

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~Marinette, presente~




Eu me apressei para ir pra casa, mas ao pousar em minha varanda, notei que Chat Noir já estava em meu quarto. Da forma mais silenciosa possível, saltei até o térreo e adentrei minha casa sem ser vista, desfazendo a transformação. Eu estava ofegante. Acalmei minha respiração e subi a escadaria que dava até meu quarto. Meus pais não estavam em casa, então estava uma calmaria. Queria pega-lo de surpresa em meu quarto, então assim que cheguei a porta, puxei a maçaneta bem devagar e...

-Plagg, esconder as garras.

Vi aquela luz verde inundar meus olhos e a visão a seguir foi completamente chocante. O loiro logo retirou um pedaço de queijo do bolso e alimentou o Kwami, que falava alguma coisa que eu não prestei atenção. Abri a porta com força, boquiaberta.

-Gatinho?

Adrien se voltou assustado para me olhar.

Agora que a ficha caiu, COMO eu nunca reparei? Ambos são loiros, tem olhos verdes, tem alergia a pombos, nunca são vistos juntos, usam o mesmo perfume, gostam do mesmo jogo que eu, partiram e retornaram ao mesmo tempo... e é óbvio, eu me apaixonei pela mesma pessoa duas vezes.

-Marinette, eu... me desculpa eu... ele só precisava recarregar as energias e... ah, que droga.

À semelhança era inegável. Isso prova o quanto a magia miraculosa é poderosa. Eu fechei a porta atrás de mim e caminhei me aproximando aos poucos. Eu conseguia ouvir as batidas do meu próprio coração, tamanho... nervosismo?

-Adrien... é claro que é... você... uau...

-Decepcionada?

Neguei imediatamente com as mãos. Eu o observava ainda assimilando as coisas e me sentindo tonta por nunca ter notado. Eu finalmente sabia quem ele era e eu literalmente me apaixonei pela mesma pessoa duas vezes. Eu jamais estaria decepcionada.

-Adrien... isso...

Eu mal conseguia formular uma frase. Eu estava apenas a dois palmos de distância dele e ele desviou o olhar, virando o rosto pra outro lado.

-Eu sei, me desculpa. Não sou quem você esp...

-Não tinha pessoa melhor para ser o Chat Noir se não você, Adrien.

O interrompi de uma vez e segurei seu rosto com minhas duas mãos para que ele me olhasse de volta. As bochechas dele coraram e eu senti as minhas corando também. Ele era tão lindo assim, sem a máscara. Eu sentia sua pele macia em meus dedos, observava aqueles olhos verdes marcantes e sem perceber, tomei liberdade para o acariciar.

-Você acha?

Ele disse baixinho aproximando seu rosto do meu aos poucos.

-Eu tenho certeza, gatinho.

Eu disse ainda segurando seu rosto antes de puxa-lo para mais perto e selar nossos lábios. Senti as mãos dele correr pela minha cintura até que se entrelaçaram em minhas costas, colando nossos corpos. Novamente aquele hálito doce invadia minha boca, e sinceramente era o melhor dos sabores. Superava até mesmo as deliciosas galetes da minha família. Superava qualquer guloseima que eu já tenha comido.

Eu separei o beijo, mas mantive o meu rosto colado no dele, podendo sentir sua respiração se chocando com a minha. Ele acabou soltando um sorriso bobo. E eu me afastei do abraço.

-Eu assisti ao Ladyblog. Foi bem fofa a sua declaração ao vivo... acho que só eu em toda Paris entendi o recado. Acho que todos pensaram que foi para a Ladybug.

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