Princesa?

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~Marinette, presente~


Meses se passaram daquele dia e eu e Adrien viemos mantendo um ritmo de aproximação tranquilo. Fomos a vários encontros divertidos, passamos varias noites vendo filmes juntos com o Plagg e até mesmo tivemos nossa primeira vez. Perdemos a conta de quantas vezes tomamos o sorvete do André.

     Era como um sonho se realizando, ele era perfeito em tudo. Ele me fazia feliz e eu o fazia feliz, mesmo que as vezes ele tivesse um olhar perdido. Meu palpite é que é por causa do pai preso. Mas eu o apoiaria, não importa o que acontecesse. Agora eu era a namorada dele, e quem melhor que eu naquele momento para estar ao seu lado? Prometi a mim mesma que faria cada dia junto de Adrien valer a pena, arrancar o máximo de sorrisos e gargalhadas do dono dos olhos verdes mais belos de todo o planeta. Ser a garota perfeita para ele.

     Em contrapartida, quando estou com ele como Ladybug, ele demonstra nenhum interesse. Ele é frio e sério. Não brinca mais. Isso é óbvio que acontece por ele pensar que somos duas pessoas diferentes e é exatamente por isso que eu ainda não consegui falar.

Mas a hora chegou.

Acordei certa de que aquele era o momento. Passamos por tanta coisa no nosso relacionamento nos últimos meses que esconder minha identidade era um obstáculo real, e eu confiava nele mais que em qualquer outra pessoa.

Era o momento perfeito, já que Chat Noir me  convidou como Ladybug para patrulhar de madrugada. Paris estava com a criminalidade mais baixa do mundo. O que poderia dar errado?

     Passei aquele dia completamente feliz e nervosa. Eu contava os minutos para nos encontrarmos. Será que ele vai gostar? Ou vai ficar bravo por eu ter escondido tanto tempo? Tanta coisa se passava na minha cabeça que eu sequer pensava direito.

     Acordei cedo e Ajudei meus pais na padaria como sempre. Estava com o humor tão bom que todos que entravam elogiavam meu sorriso. Minha mãe e meu pai sabiam que era algo a ver com meu namorado, mas nem podiam imaginar o motivo.

     Logo a noite caiu.

     -Mãe, pai. Eu trabalhei muito hoje, to exausta. Vou dormir. Até amanhã. Amo vocês.

     Eu disse beijando as bochechas de ambos e logo subi para meu quarto. Tranquei a porta e corri para me banhar. Eu estava toda suja de farinha. O banho me relaxou horrores. Tikki  o tempo todo me aconselhava para manter a calma. Logo eu havia saído do banho.

     -O grande dia chegou. Tikki, transformar.

     Aquela luz rosa inundou meu quarto e eu suspirei, olhando a mensagem de Chat Noir em meu ioiô.

     "Estou te esperando, My Lady."

     Suspirei e corri para a varanda, atirando meu ioiô. A noite era um pouco gelada, mas eu estava tão ansiosa que não me importava. Atirava aquele ioiô pelos prédios ansiosa. A medida que me aproximava do parque, meu coração palpitava mais e mais. Calma, Marinette. Calma. Você consegue.

     Cheguei no parque e comecei a procurar pelo gatinho. Ele estava no meio de uma clareira, então eu não podia usar meu ioiô. Corri em sua direção e sorri para o mesmo.

     -Noite Miauravilhosa, gatinho.

     -É, miaugnifica.

     Eu disse e ele não riu do trocadilho, mas o correspondeu com outro. Na verdade, ele estava bem disperso. Bom, tanto faz. Meu coração batia forte e eu observei as árvores que farfalhavam com a leve brisa noturna. Dei as costas para o gatinho. Talvez isso me de coragem para falar.

     -Sabe Chat Noir, eu venho pensando nisso já faz um bom tempo. Paris nem tem tanto perigo mais, nem um vilão superpoderoso então eu pensei que esse fosse o momento perfeito para eu revelar a você quem eu sou. Você ainda não sabe, não totalmente a forma que eu me sinto, mas na verdade, você me conhece bem e...

Senti ele me abraçando por trás.

-Eu te amo e...

     Não pude terminar a frase.  Um calafrio correu pela minha espinha e me virei para o gatuno, que evidentemente estava tentando tirar meus brincos. Sei que era meu objetivo mostrar minha identidade, mas não sei o que está acontecendo. A expressão dele está diferente. Isso não é normal. Esse não é o Chat Noir que eu conheço.

     Segurei seu pulso firme e o encarei.

     -Chat Noir, o que você...

     -Porra, por que você é sempre tão chata?

     Ele disse enquanto puxava o pulso e me atirou no chão. Logo me recuperei, me levantando e segurando firme meu ioiô. Definitivamente algo estava acontecendo.

     -Chat Noir, o que...

     -Só me entrega esse Miraculous agora, Ladybug. Eu não quero te machucar.

     Aquilo machucou muito. O que estava acontecendo? Eu estava tão confusa. Ele se aproximava de mim novamente e eu comecei a recuar. As árvores eram distantes demais para eu fugir com meu ioiô, ele me encurralou de propósito. O que está acontecendo? Meu Deus...

      Chat Noir e eu começamos a lutar. Ele não poupava esforços para tentar me acertar com seus golpes e eu não revidava, apenas me esquivava. Quando senti o primeiro soco me atingir, eu soube que não poderia apenas fugir, então passei a desferir golpes contra o mesmo também. Eu estava em desvantagem. Em campo aberto, eu não posso fazer muita coisa. O que estava acontecendo? Por que agora? O que eu fiz de errado? Ele está sendo controlado por algum tipo de novo vilão?

As garras do felino me machucavam muito, até mesmo cortando algumas partes do uniforme. Eu tinha que pará-lo, então meu foco ela remover seu miraculous antes que ele removesse o meu. Golpe atrás de golpe, após um tempo, ambos estávamos exaustos. Ele não me dava tempo de falar com ele e não respondia às minhas perguntas.

Olhando para Chat Noir, pude ver seus olhos verdes brilharem ainda mais que normalmente brilhavam e ele disse algo que eu jamais esperaria dele, ainda mais contra mim.

-CATACLISMO!

E antes que eu pudesse me esquivar, ele tocou meu ombro. Seu toque desfez um pedaço do meu uniforme no ombro, exatamente onde estava minha tatuagem de pegadas felinas e eu despenquei no chão.

-Princesa?














E agora?

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