Inverno dos quinze

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Voltar pra casa era sempre um inferno, não me levem a mal, amo meus pais mais que tudo no mundo, mais era solitário

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Voltar pra casa era sempre um inferno, não me levem a mal, amo meus pais mais que tudo no mundo, mais era solitário.

Lembro quando era um garotinho e costumava a implorar pra que minha mãe me desse um irmãozinho, queria ter um melhor amigo, alguém que compartilhasse os piores e melhores momentos comigo, alguém que torceria pra minha felicidade.

Mas uma coisa que eu percebi só quando mais velho e o quanto meu pedido machucava minha progenitora, ela sabia que nunca iria poder dar esse presente, sabia que eu nunca teria um irmão, pelo menos não por meios tradicionais, meu pedido quebrava o coração dela.

Nunca gostei de ficar sozinho, e a falta de meus pais em casa prejudicou bastante nesse quesito, a necessidade de sempre estar rodeado de amigos e até mesmo pessoas cujo não são as melhores influência e avassaladora, somente o pensamento de ficar só me faz arrepiar da cabeça aos pés.

Mamãe e Papai tentam ser presentes, mais nunca compareceram à nenhum dos meus jogos, não estavam lá nos dias dos pais, nem mesmo me levaram pro primeiro dia de pré-escola.

A única coisa que me ligava ao meu era a paixão que compartilhávamos por corridas, o velho fazia questão de me levar ao máximo se grand prix, eram fins de semana legais, mas a falta ainda radiava meu coração,

Vovó Tiana e Vovô Reid tentavam estar lá por mim, foi pra ela que desabafei sobre minha paixão loira, e foi pra ele que contei quando dei meu primeiro beijo, o cheiro do perfume de vovó e gravado em minha memória, e não é surpresa que quando ela faleceu meu mundo desabou mais uma vez.

Tínhamos uma ligação muito forte, ela era meu mundo é mesmo que não admitisse eu sabia que era o neto favorito dela, os natais não são a mesma coisa sem a confecção anual de biscoitos natalinos de dona Tiana.

Lily era minha melhor amiga, assim como eu era filha única, mais não parecia se importar nem um pouco, Lily era minha pessoa, a única que sabia de todos as minhas preocupações.

Mesmo sendo um pouco disfuncional eu amo minha família, não seria metade do garoto que sou se não fosse por eles, sou grato por todas as risadas e momentos bons que aproveitamos juntos, só queria que tivéssemos mais desses bons momentos, eu tinha tudo que o dinheiro pode comprar, mais desistiria de tudo isso em um instante se me fosse oferecido mais tempo com eles.

Acordei com a cara literalmente no chão, não precisava nem olhar pra cima pra saber quem havia sido o autor, Lily Kennedy, a garota mais indelicada do mundo.

- Levanta logo Grayson vou te levar pra ver sua amada. - falou olhando pras unhas.

- Caralho florzinha você sabe que a gente não existe fora da fazenda sua idiota. - reclamo levantando do chão contragosto.

- E eu acho uma baboseira, porra vocês se gostam qual é a dificuldade de admitir? - pergunta brava sentando na ponta da minha cama.

- Ela não me quer desse jeito, e tá tudo bem! - exclamo caminhando até o banheiro pra escovar meus dentes.

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