×001×

331 16 2
                                    

Acordei com os raios do sol refletindo no meu rosto, olhei pro lado e Christopher ainda estava deitado, enrolado no lençol.

Me levantei afim de fazer minha higiene matinal. Tomei um banho, escovei meus dentes e em seguida fui até meu guarda-roupas, peguei uma saia preta desfiada, um top faixa branco e vestir deixando minha barriga à mostra, passei um perfume que uma amiga me presenteou, há anos, a bicha sabia como me agradar. Calcei minha havaiana branca e retornei pro banheiro. Me encarei no espelho e alisei mas uma vez o roxo que Jéssica deixou no meu rosto na última briga. Apliquei um pouco de corretivo para disfarça, rímel, blush e brilho labial.
Voltei pro quarto e Christopher estava catando suas roupas no chão.

— Já está indo? — Perguntei, enquanto observava Christopher subir sua box. Eu sou literalmente apaixonada por ele, e tenho certeza que no fundo ele ainda iria sentir o mesmo.

— Vou, Jéssica já tá no meu pé, mas tarde vou mandar um menor trazer um bagulho pra tu. — Assenti.

— Ainda tá de pé nosso fim de semana? — Ele se calou e virou de costa. — Caramba Christopher, você me prometeu! — Falei enquanto puxava o edredom pra dobrar. — Christopher?

— Já vai me deixar no estresse uma hora dessas caralho? — Me afastei. — Foi mal ai pô, vou tentar da uma adiantada nos corres e te dou a resposta sobre esse lance. — Era sempre assim. Ignorância, brutalidade e no fim vem pagar de romântico. O foda é que eu caia direitinho. — A Jéssica tá cismada cara, como que vou largar minha mulher pra viajar com tu e quando a gente voltar? Ela vai raspar tua cabeça, e eu vou nem poder fazer nada — Assenti, evitando entrar em uma discussão, da qual eu somente sairia como errada na história por ser amante. — Qual foi pequena? Levou pro sentimento? — Perguntou, enquanto eu permanecia calada.

— Então vou colar no baile hoje, com a sua irmã e a Mai.

— Nem pensa pô. Jéssica vai colar lá hoje, quero tu de kaô com ela não! Se não vou ter que sentar o dedo em tu.  E não queremos isso.

— Caramba, até quando tu vai continuar achando que tua mulher é santa? Ou que você é santo e eu sou a errada, porra assim fica difícil né? — Me exaltei boladona. Tô cansada de ficar trancada na porra dessa casa. — Vou fazer melhor, vou colar em alguma boate na pista. E tá tudo certo.

— Tu tá no erro, tu é amante e ela a fiel, se tocar um dedo na minha "muié" vai da ruim pra tu cabuloso. Tu é amante pô... A-man-te — Gritou, e eu observei ele atravessando o fuzil em seu corpo. — E não vai colar na pista não em, vou colocar um vapor atrás de tu.

—Tô cansada! Não sou amante porque quero não. Se liga, eu permaneço com tu por obrigação pô.
Na boa, me deixa ir embora? Se tu ama tua mulher, falta minha você não vai sentir. Quer saber? — Falei enquanto largava o edredom no chão. — Eu vou cair fora. — Ele apenas sorriu debochado. O que me deixou ainda mais nervosa.

— Pô Dulce tu ficou pequena no morro. — Ele debochou. — Grande pra mim, e pequena no morro.

— A culpa é toda sua idiota. — Gritei. —Me libera vai... eu vou embora do morro! Quero estudar, quero ir embora! Tu tem várias amantes por ai, tem tua mulher.

— Tu não passa da contenção, caralho amanheceu no grau pra me irritar, fica esperta porra tu é minha! —Ele respirou fundo - se tentar sair do morro eu sento bala em tu, sem dó! — Apenas concordei balançando a cabeça, com meus olhos marejados, não estava nem um pouco afim de retrucar o maluco. — Caralho Dulce, eu já te disse pra evitar essas bagulhos pô. Eu amo ela pô.

— E por mim, tu não tem nenhum tipo de sentimento pô? — Sentimento, claro que rola. A posse que esse idiota tem sobre mim. Pensei.

— Tá me tirando pô? Queimou pedra? Tá me deixando boladão. — sorriu de canto.

Amor de amante Onde histórias criam vida. Descubra agora