Acordei com uma luz muito forte em meu rosto. Tentei me mover, mas acabei sentindo fortes dores em meu corpo. E me lembrei do ocorrido. Anahí se aproximou e eu notei as olheiras em seus olhos. Ela não estava com a mesma roupa do baile, deduzir que já devia ter algumas horas, ou talvez dias que eu estava aqui no hospital.Anahí tocou minha mão e sorriu.
— Devo está horrível careca! — As sobrancelhas dela se ergueram levemente em forma indagadora. — Isso significa o que acho que significa?
— Seus cabelinhos estão bem aí nessa cabecinha linda amiga. Me perdoa amiga, eu não deveria ter te deixado só.
— Anahí você sabe que não tem culpa, tudo é culpa daquela chifruda dos infernos.
— Tente não se exaltar, está muito debilitada.
— Eu vou embora desse lugar Anahi, e só existe uma única pessoa que consegue convencer o teu irmão.
— E, eu vou falar com ele, te prometo! Mas agora vocês dois precisam conversar. Ele está la fora pô, saiu daqui poucas vezes desde o momento em que chegamos aqui, vou chamar ele e tu troca uma ideia com ele.
— Não sei bem — esquivei-me — É realmente uma boa ideia? Ele pode querer me matar aqui mesmo.
— É uma conversa importante, principalmente pra você. Se puder e conseguir desabafe, ele está a beira de um penhasco, você tem vantagem que poderá render sua liberdade, se é realmente isso que você quer.
— Está bem — concordei, relutante.
Quando Christopher atravessou a porta, sem o fuzil eu fiquei surpreendia, eu jamais tinha visto cena como está antes. Observei o rosto dele com atenção, preparando-me para o pior. Tinha passado muitas horas desacordada, tensa. Acho que eles sabem de algo que eu ainda não sabia. Ele carregava um semblante um tanto que triste. Não conseguia pensar em mais nada a não ser em como seria bom beijá-lo. Tudo tinha sumido da minha mente e eu não me importava. Estava perdida. Mais uma vez perdida.
Christopher se sentou do meu lado. Mas, ao contrário do que costumava fazer, desta vez ele entrelaçou seus dedos nos meus.
Tentei não deixar isso me perturbar, mas senti um nó na garganta.
— O que está acontecendo? Eu morri? O que é isso? Não vai terminar de me matar? — Ele inclinou a cabeça para trás, aproveitando o encosto da cadeira, e cobriu o rosto com o boné. Sorrindo de lado. Parecia está cansado. — Algo muito ruim? — perguntei.
Ele resmungou, concordando.
— Fala, eu vou morrer? — Christopher colocou os dedos longos e esguio nos meus ombros e inclinou-se para beijar minhas bochechas.
— Tu perdeu um pivete...
— Um pivete, um bebê? Eu não estou entendendo Christopher! Para de tirar onda com a minha cara, isso não é hora.
— Tu perdeu um pivete, tu perdeu meu filho — Falou um pouco mais alterado, e nessa hora minhas lágrimas começaram a rolar. Percebi que nada daquilo era uma mentira. Eu perdi um filho, da qual não cheguei nem ao menos imaginar a existência a que ponto chegamos. Uma criança inocente.
Ele me olhou fixamente, então secou algumas lágrimas, passando os dedos embaixo dos meu olhos.
— Christopher, eu quero ir embora, não quero mais ser a sua amante olha o tanto que eu estou sofrendo. Falei apontando pra mim mesma — ele assentiu calado.
Ele respirou longo e lentamente antes de responder.
— Tá livre! — Eu me surpreendi. Esperava outra reação, mas acabei me lembrando das palavras de Maite. Ele não tem amor por mim, nunca terá.
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Amor de amante
FanfictionVivendo entre a dúvida e a tristeza que sempre invadem a sua mente, tudo que Dulce precisava fazer era pensar nele, essa nunca será a sua melhor escolha. Mas de uma coisa ela tinha certeza, jamais iria desistir do seu amor por ele. Nunca. Algo muit...